Por fora, parecemos sempre ter vidas melhores, com menos tristezas e mais paz e alegria, como se houvesse uma lei que obrigasse todas as pessoas a esconder as suas adversidades. As dores pequenas gritam, as grandes atacam-nos em silêncio e deixam-nos mudos, como elas. A verdade é que as pessoas ma
A partir de um conjunto seleto de passos do Evangelho de São Marcos, o padre Ricardo Neves, cedo levado para a casa do Pai, esboça o perfil do discípulo: como deve ser aquele que segue Jesus? Quais as condições, conteúdo e propósito desse seguimento, vocação universal de todo o cristão? Nestes apont
A necessidade de controlar tudo o que acontece pode chegar-nos por causa de uma profunda necessidade de segurança. Temos a ilusão de que se conseguirmos (e pudermos) controlar o mundo à nossa volta, podemos viver numa bolha idealizada e maravilhosa, mas pouco real (no fundo). A verdade é que a nece
Não conheço ninguém que não goste de música. Diz-se que quem canta seus males espanta, cantar andando encurta o caminho, quem reza a cantar reza duas vezes e algumas pessoas cantam sempre a mesma cantiga. Contudo, também se diz que quem canta logo chora, quem canta antes do almoço chorará antes do s
Se perguntarem aos jovens qual é o seu maior medo, na grande maioria, responderão que é o medo de ficar sozinhos. Mais uma vez constatei esta realidade ao falar de uma famosa peça de teatro escrita em 1897 por Edmond Rostand: Cyrano de Bergerac. Cyrano de Bergerac é um herói romântico, que combate a
Ver a beleza do desapego... é algo difícil. Somos seres apegados a tudo o que nos rodeia: sítios, coisas, pessoas, lembranças, rotinas. Apegamo-nos até mesmo a ideias sobre quem somos. Apegamo-nos ao que conhecemos, pois o desconhecido por vezes assusta. Queremos prender os cilcos efémeros da
Volta e meia somos convidados a recomeçar rotinas, a recomeçar encontros e conversas que por um espaço de tempo parece que ficaram suspensas. Os recomeços causam adrenalina como se esperássemos algo novo ou diferente. E às vezes é isso mesmo que acontece outras, é mais do mesmo. Por isso, os dias a
“Tendo despedido a multidão, subiu sozinho a um monte para orar.” (Mt 14, 23) ‘Despediu-os’. Ouvir isso nos dias que correm causa espanto e consternação, sobretudo se os despedidos forem pessoas que nos são queridas. Isto deve-se ao peso negativo que atribuímos a despedir, no contexto de uma socied
Há momentos em que nos sentimos algo perdidos entre a certeza de que merecemos muito mais do que aquilo e aqueles que está e estão à nossa volta, e uma outra certeza contrária que nos garante que tudo o que temos já é muito mais do que merecemos. Serei eu um desafortunado que merece compaixão e que