Não é o que dizes… é como dizes!

Crónicas 11 maio 2022  •  Tempo de Leitura: 2

Nem sempre sabemos comunicar, com qualidade e empatia, aquilo que precisamos de dizer aos outros. Como vivemos ligados à corrente, a vaguear de um lado para outro sem parar para pensar, as respostas que damos aos outros são condizentes com esse modo de vida. Rápidas. Impensadas. Ríspidas, muitas vezes.

 

Saber comunicar é uma necessidade de todos e, diria mesmo, uma urgência. Aquilo que dizemos deixa marca na pele do que os outros são e pode, mesmo, marcá-los com efeitos a longo prazo.

 

Mas, então, devemos optar por nos calar mais vezes? Por nos remeter ao silêncio?

 

Julgo que não. Talvez valha a pena, em primeiro lugar, pensar antes de falar. Antes de dizer seja o que for. No entanto, e quando tal não seja possível, será importante dizer o que é preciso com a calma que o outro nos parece.

 

Vejamos: de que nos vale começar a disparar em todas as frentes se a outra pessoa vai ouvir, primeiro, o nosso tom de voz e deixá-lo ressoar dentro de si? Aquilo que se vai ouvir é a forma como se disse: o tom, a frieza ou a ausência desta. A calma ou o fogo. A aspereza ou a suavidade. Só depois, e já quase sem qualquer espaço para receber a mensagem, se vai ouvir o que se disse.

 

Sendo assim, talvez possamos educar-nos para aprender a respirar fundo antes de falar com alguém. Antes de dizer o que quer que seja.

 

Na verdade, o que importa não é (muitas vezes) o que se diz, mas, antes, como se diz. Como se transmite o que flutua dentro do coração. Como se diz aquilo que mora debaixo de tudo aquilo que somos e temos.

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Marta Arrais

Cronista

Nasceu em 1986. Possui mestrado em ensino de Inglês e Espanhol (FCSH-UNL). É professora. Faz diversas atividades de cariz voluntário com as Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus e com os Irmãos de S. João de Deus (em Portugal, Espanha e, mais recentemente, em Moçambique)

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