Recordo perfeitamente o dia em que o Papa Francisco foi nomeado. Para além de ser o dia de aniversário do meu marido, sei que ansiavamos o fumo branco com muita expectativa.
Jorge Bergoglio era um desconhecido mas que rapidamente me cativou.
O seu Papado teve o dom de arrancar, de mim, risos abertos, choros profundos e uaus!! constantes com a ousadia de um Homem tão especial que quebrava qualquer barreira formal.
Conseguiu agregar tantos que até Cristo deve estar a pensar: "Como, Francisco, como?" Sim, Francisco falou-nos de Deus com sentido de humor mas com uma proximidade muito séria. Chamou a si os fracos mas não esqueceu os fortes.
Lembrou-nos de desgraças que não passavam nos noticiários.
E chamou-nos a fazer parte de uma Igreja em caminho/mudança e de um mundo emq eu os Cristão devem ser mais ativos para o bem comum.
Nada do que possa dizer acrescenta muito, pois têm sido maravilhosas as manifestações que tenho lido, mas sinto que tenho de partilhar 2 experiências pessoais.
A primeira foi no âmbito da catequese, quando, em 2018, as catequistas da adolescencia da minha paróquia organizaram mais uma jornada com os adolescentes. O tema era a Esperança e estávamos com dificuldades em conseguir perceber como transmitir aos jovens esta Esperança Cristã. Rezamos muito e a nossa experiência materializou-se numa carta que dirigimos aos Papa a pedir ajuda nesse discernimento. E sabem, não ficamos sem resposta! Da carta depreendi que a Esperança implica ação e ele foi muito claro a Esperança implica:
-Espírito dócil
- Sentimento compassivo
- Olhar puro
- Palavra pacificadora
-Ação salvadora juntos dos homens e mulheres do nosso tempo.
Gosto de acreditar que foi essa carta que lhe deu a ideia do Jubileu da Esperança
. E porque não?
Recentemente tive a oportunidade de estar na JMJ. Senti-me Zaqueu que procurava ver melhor pois sou pequena de estatura. Mas mais do que ver, segui e escutei com atenção o que sentia e sim, a presença do Papa Francisco é algo que nos transcende. Os sinais da sua incontornável grandeza são inúmeros e como se dizia "trouxe Deus aos Homens", mas também acredito que falava muito de nós a Deus....e acho que assim vai continuar.
Insistiu que a Guerra não se combate com armas e violência mas com a conversão. Creio que acreditava que todos podemos ser tocados por Deus mesmo os mais impiedosos.
E apesar de não ter acabado com as guerras que nos assolam, ele foi um construtor da Paz e um consolador de almas. Quem sabe, a sua partida, à semelhança da de Cristo, não irá mudar o rumo da história?
Por isso reitero o que escrevi aquando dos seus 38 dias de luta contra a pneumonia em plena Quaresma: OBRIGADA.
Serás eterno!