O Papa que materializou a esperança

Cartas a uma amiga 26 abril 2025  •  Tempo de Leitura: 3

Recordo perfeitamente o dia em que o Papa Francisco foi nomeado. Para além de ser o dia de aniversário do meu marido, sei que ansiavamos o fumo branco com muita expectativa. 
 
Jorge Bergoglio era um desconhecido mas que rapidamente me cativou. 
 
O seu Papado teve o dom de arrancar, de mim, risos abertos, choros profundos e uaus!! constantes com a ousadia de um Homem tão especial que quebrava qualquer barreira formal.
 
Conseguiu agregar tantos que até Cristo deve estar a pensar: "Como, Francisco, como?" Sim, Francisco falou-nos de Deus com sentido de humor mas com uma proximidade muito séria. Chamou a si os fracos mas não esqueceu os fortes.
 
Lembrou-nos de desgraças que não passavam nos noticiários.
 
E chamou-nos a fazer parte de uma Igreja em caminho/mudança e de um mundo emq eu os Cristão devem ser mais ativos para o bem comum.
 
Nada do que possa dizer acrescenta muito, pois têm sido maravilhosas as manifestações que tenho lido, mas sinto que tenho de partilhar 2 experiências pessoais. 
 
A primeira foi no âmbito da catequese, quando, em 2018, as catequistas da adolescencia da minha paróquia organizaram mais uma jornada com os adolescentes. O tema era a Esperança e estávamos com dificuldades em conseguir perceber como transmitir aos jovens esta Esperança Cristã. Rezamos muito e a nossa experiência materializou-se numa carta que dirigimos aos Papa a pedir ajuda nesse discernimento. E sabem, não ficamos sem resposta! Da carta depreendi que a Esperança implica ação e ele foi muito claro a Esperança implica:
 
 -Espírito dócil
- Sentimento compassivo 
- Olhar puro
- Palavra pacificadora 
-Ação salvadora juntos dos homens e mulheres do nosso tempo. 
 
Gosto de acreditar que foi essa carta que lhe deu a ideia do Jubileu da Esperança 😀. E porque não?
 
 
Recentemente tive a oportunidade de estar na JMJ. Senti-me Zaqueu que procurava ver melhor pois sou pequena de estatura. Mas mais do que ver, segui e escutei com atenção o que sentia e sim, a presença do Papa Francisco é algo que nos transcende. Os sinais da sua incontornável grandeza são inúmeros e como se dizia "trouxe Deus aos Homens", mas também acredito que falava muito de nós a Deus....e acho que assim vai continuar.
 
Insistiu que a Guerra não se combate com armas e violência mas com a conversão. Creio que acreditava que todos podemos ser tocados por Deus mesmo os mais impiedosos.
 
E apesar de não ter acabado com as guerras que nos assolam, ele foi um construtor da Paz e um consolador de almas. Quem sabe, a sua partida, à semelhança da de Cristo,  não irá mudar o rumo da história?
 
Por isso reitero o que escrevi aquando dos seus 38 dias de luta contra a pneumonia em plena Quaresma: OBRIGADA.
 
Serás eterno!
 

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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