E o Compromisso?

Cartas a uma amiga 29 novembro 2025  •  Tempo de Leitura: 3

Mas afinal o que implica assumir um compromisso? Cada um de nós já teve de assumir vários e também cumprir as obrigações dos compromissos assumidos por outros mas, parece que a palavra perdeu eficácia, se calhar, tanta como tantas outras.

 

O compromisso assumido com alguém, com uma causa, ou até contigo mesmo implica responsabilidade e ação o que nem sempre se parece ajustar ao nosso modo de vida. Ora elenca lá, a quantidade de compromissos que tens hoje? Demasiados? Creio que ninguém gosta de estar preso a compromissos que nos fazem sair da nossa zona de conforto. De compromissos que nos fazem perder tempo, que nos irritam, que nos cansam e nos entopem a agenda. Se calhar assumimos demasiados compromissos, ou então, não assumimos nenhum porque não confiamos que o vamos cumprir.

 

Somos talentosos a arranjar desculpas para falhar a certos compromissos: ora o cansaço, as tarefas…e vamo-nos desculpando sem pensar bem nas consequências da nossa ausência. Normalizamos as nossas falhas e justificamos demasiadas vezes as nossas ausências sem uma pena de remorsos e tudo “fica a para a próxima”. Noutras nem justificamos, limitam-nos a falhar sem pinga de remorsos. Outras vezes somos meros corpos presentes que não emprestamos o nosso talento e capacidade ao outro, ou à causa porque: ”dá trabalho”.

 

Vemos cada vez mais pessoas com medo de assumir um compromisso, seja uma relação, uma reunião, uma proposta de atividade e opta por ficar no seu casulo alegando que assim está bem. E acredito mesmo que esteja! Mas será que não poderemos estar e fazer melhor? Imaginas como o teu mundo seria mais rico se te comprometesses também com causas ou movimentos?

 

Não tenhas medo do compromisso mas, ao assumir compreende entre outras coisas que:

  • Se fazes parte de um grupo, responde a mensagens.
  • Se tens uma reunião, aparece.
  • Se te pedem uma tarefa, executa com brio.

 

Mesmo que às vezes não te apeteça, e até aches que és sempre a mesma a incentivar e a fazer, não falhes ao compromisso com leviandade. Se tiveres de faltar, faz com elegância e propões-te a fazer melhor. Caso contrario talvez o melhor seja não assumir o compromisso, no entanto, não desvalorizes a força da tua presença e da tua ação no mundo. Procura compromissos, não por serem fáceis, mas por serem valiosos para o bem comum e como tal para ti também. Não desperdices o dom que tens em ti.

 

E tu, amiga, quais os compromissos que tens?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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