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Nasceu em 1986. Possui mestrado em ensino de Inglês e Espanhol (FCSH-UNL). É professora. Faz diversas atividades de cariz voluntário com as Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus e com os Irmãos de S. João de Deus (em Portugal, Espanha e, mais recentemente, em Moçambique)
Não foi para isto que viemos cá. Não é para isto que andamos a ver documentários de slow living, de como aprender a meditar, de como viver para o essencial. Não viemos cá para pagar contas e morrer. Ou será que fomos enganados e, afinal, é esse o futuro que nos espera?
Como é que podemos desejar o bem a quem nos fez mal? Como é que podemos desejar que a vida corra bem a quem fez questão de piorar a nossa? E que obrigação tenho eu de querer o bem a quem me quer mal?
Vivemos (quase) sempre a mil à hora. Acumulamos tarefas, respostas, e-mails, faltas de tempo de vontade. Esperam que consigamos dar tudo, a tempo inteiro. Sem reclamar. Sem caras feias, sem sobrolhos franzidos. O ritmo de tudo é alucinante. As esperas no trânsito são capazes de despertar o pior que
Nunca conheci quem dissesse: “mudei a minha vida e foi incrivelmente fácil!” ou “sinto-me profundamente calmo com esta mudança na minha vida!”.
Não somos perfeitos. Mas não são raras as vezes em que gostaríamos que isso fosse diferente. Que soubéssemos sempre o que fazer, o que dizer… que fosse fácil perceber o que os outros precisam em cada momento. Que todos nos amassem. Que conseguíssemos amar, também, os outros de forma plena, profunda
Parece não haver espaço para pensar de outra forma que não seja a que rima com otimismo e positividade. Levaram-nos a crer que é errado chorar, que não devemos mostrar o que sentimos e que, se o fizermos, devemos mostrar sempre uma versão bonitinha, sublinhada daquele cor-de-rosa das nuvens que vemo
Ocupamo-nos demasiado da vida dos outros. Vivemos para nos comparar com o que os outros fazem, com os carros que os outros têm, com as casas bonitas que compraram, com as famílias perfeitas que aparentam ter, com os empregos de sonho que conseguiram, com as férias paradisíacas publicadas no instagra
Dormimos mal. Parece que, por muito que o corpo precise de descanso, a cabeça não quer deixar. Faz-nos, diariamente, um desfile com as nossas maiores preocupações, com os cenários imaginários (que dificilmente se concretizarão), com as possibilidades de tragédia, de abandono, de não merecimento, de
Também se pode dizer que não? Que não fazemos? Que não vamos, que não queremos, que não temos tempo, que não estamos preparados ou que não temos vontade? Podemos dizer que não temos interesse? Que obrigadinha, mas fica para depois? Ou nesta sociedade quase perversa em que nos vemos mergulhados só há
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