Arruma a tua casa
Há uma sensação muito positiva quando terminas de arrumar uma coisa que andavas para fazer há algum tempo. Seja a casa, uma prateleira, uma gaveta, seja o que for, quando sentes que está limpa e arrumada há um sentimento de uma certa paz. É como que algo que andavas a dizer a ti mesma que tinha de fazer e te tirava o sossego, finalmente ficasse feita e encontrasses a paz que precisavas.
Quantas vezes dizes para ti: tenho de limpar aquilo, e andas a procrastinar à espera do dia e momento certo, até que te decides a fazer e no fim exclamas: ”até foi rápido” ou ”não custou nada”. É muito bom chegar a casa e ter tudo arrumado, mas por vezes sabe bem seres tu a pores as mãos à obra e arrumares. Separares papeis, deitares fora o lixo, separar roupas…
Não, amiga, esta não é uma carta sobre os dotes de boa dona de casa.
Na verdade o que sinto é que também temos de fazer esse exercício com os nossos pensamentos, com a nossa casa interior e com o que sentimos pois é mesmo isso que nos faz andar. Temos de ter tempo para refletir sobre os nossos atos, pois aquilo que mostramos é um espelho do estado da nossa casa.
Vamos acumulando ideias, pensamentos sem que nos dediquemos muito tempo a pensar sobre a utilidade e a verdade neles contidos. Precisamos de ir ao fundo de algumas questões e arrumar sentimentos, arquivar ideias, e priorizar pensamentos como que em gavetas devidamente etiquetadas. Sabemos que algumas são difíceis de arrumar e ficam ao molho como que naquela cesta de meias que se acumula por não ter parJ. Temos sempre a esperança que as vamos conseguir arrumar ou encontrar par, até lá, ficam quietinhas à espera que surja essa necessidade.
A nossa memória absorve uma infinidade de informações que nos podem provocar um misto de sentimentos perturbadores, ora ansiedade, ora alegria, suspense…o que for, e nem sempre as conseguimos organizar e gerir da melhor maneira. Por isso, de vez em quando temos de arrumar a nossa casa interior. Definir o que fica por cima e o que fica em baixo, organizar por coisas boas e menos boas, úteis e desnecessárias, e treinar para que não se desarrume muito. E se um dia já não conseguires fechar a gaveta, tamanha é a confusão, sugiro que tires tudo para fora e priorizes o que é importante pois esse é dos poucos trabalhos que não podes delegar- tens mesmo de ser tu a fazer. Nunca vai ficar perfeito, mas saberás como foi feito e isso faz toda a diferença.
E tu amiga, já arrumaste a tua casa?