Não apontem dedos. Apontem caminhos.

Cartas a uma amiga 27 setembro 2025  •  Tempo de Leitura: 2

Volta e meia deparamo-nos com obstáculos, dificuldades e problemas difíceis de resolver que poem à prova a nossa capacidade de superação.

 

Gosto de olhar para os problemas como oportunidades, mas confesso, que nem sempre é fácil.

 

Quando fazemos parte de um grupo ou comunidade somos impelidos a dar sugestões para resolver situações mais difíceis e às vezes focamo-nos tanto no problema que não vemos as oportunidades. Eu sei que nem sempre é fácil sermos iluminados com ideias inovadoras e com caminhos de sucesso, eu sei, mas nem sempre nos esforçamos o suficiente.

 

Apontamos os dedos a tudo e todos, e muitas das vezes temos razão, mas isso não dos distrai do essencial?

 

Gostamos de atribuir culpados, seja uma pessoa ou um sistema, mas quantas vezes nos damos ao trabalho de pensar num caminho alternativo?

 

Pensar dar trabalho, dar opinião às vezes é perigoso e assumir um caminho é arriscado.

 

Eu sei, que nem sempre é fácil, aliás acho que na maioria das vezes é mesmo muito difícil. É mais fácil sermos juízes e definir culpados do que apresentar uma solução alternativa. Dirás tu, querida amiga: "falar para quem não quer ouvir?" Também é verdade que nem sempre encontramos quem compreenda as nossas ideias e as faça crescer, outros aguardam que corram mal para apontarem dedos, mas vá lá, pára um pouco e pensa bem para onde queres apontar o dedo. 

 

Na dúvida, reza, pede inspiração, estuda mais o caso e apresenta o teu caminho. E se não tiveres caminho para apresentar, escuta com atenção quem o tem, ou então inspira os outros a ter essa ideia. Sim, porque sabes que há pessoas inspiradoras que apenas precisam de sentir um incentivo ou apelo ao processo de mudança e, quem sabe, não és tu a desencadear isso.

 

Por isso, querida amiga, da próxima vez que apontares, que sejam caminhos.

 

E tu, amiga, tens-te esforçado para apontar para quê?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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