Quais são as tuas raízes?

Cartas a uma amiga 26 julho 2025  •  Tempo de Leitura: 2

Quando falo em raízes não é naquilo que te prende, mas aquilo que te alimenta?

Por mais cidadãos do mundo que sejamos temos sempre algumas raízes que nos fazem fazer sentir em casa. Não sei se já te aconteceu sentires um cheiro que te faz viajar para um lugar onde já foste feliz. Um barulho que te lembra algo ou alguém, ou um sabor que te faz viajar? Eu já! Reparo que tudo isso me relembra a construção daquilo que hoje sou e como lido com as coisas mais simples do meu dia a dia, bem como as mais complexas.

Somos feitos de regressos a casa, à nossa árvore onde recarregamos e nos nutrimos.

Somos feitos de aconchegos e conforto e de tanto que nos alimenta o espírito.

Por vezes parecemos árvores frontosas capazes de resistir a ventos e vendavais, outras apenas um tronco frágil prestes a tombar, mas na verdade o que se vê não demonstra as raízes que nos sustentam. É certo que algumas raízes nos prendem e até restringem alguma vontade de virar costas, mudar de sítio e começar de novo, mas são essas raízes que também nos seguram quando tudo parece estar a sair do lugar.

Sou grata por ter muitas raízes, por entrar em lugares onde as pessoas me conhecem, frequentar encontros em que não me sinto estranha porque significa que as minhas raízes vão dando frutos de empatia e intimidade. São essas raízes que marcam quem sou e como quero ser, mais do que parecer.

Quando os teus frutos não forem os mais bonitos, não culpes uma ou outra raiz, pois se reparares elas vão acabar por se fundir para dar um certo resultado. Por mais troncos que tenhas na tua vida, lembra-te que as raízes, que são a parte menos visível, é a que realmente te segura.

Por isso volta e meia podemos parar e pensar em quem são essas raízes, o que te segura, o que te alimenta...na verdade aquilo que faz que sejas quem és.

E para ti amiga, quais são as tuas raízes?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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