Obrigada, Agradecia, Grata

Cartas a uma amiga 11 julho 2025  •  Tempo de Leitura: 2

Sabemos que as coisas más têm a tendência para se sobressair muito mais do que as coisas boas. Essas parece que se esvanecem com o sol, enquanto as coisas que não gostamos nos sobrecarregam as conversas. Dá-mos muita importância ao que nos pesa e incomoda e somos muito pouco gratos ao simples facto de aqui estarmos a usufruir do que dispomos.

Parece que caiu em desuso agradecer. 

Agradecer mensagens. 

Agradecer conversas. 

Agradecer gestos. 

Isso parece que foi substituído por meros emojis ou acenos. 

Somos muito prontos a reparar no menos bom do que temos e até do que somos, e esquecemo-nos de agradecer quem nos atende, quem prepara a refeição, quem ensina os nossos filhos e todos os que contribuem para o dia a dia. Não falo apenas em ser grata apenas ao que tenho, possuo ou construí a pulso. Falo em agradecer às pessoas o contributo delas na nossa vida. Falo em agradecer o comentário, o gesto, a memória e os pequenos atos que juntos transformam-se em algo enorme.

Falo em agradecer aos que nos ensinam, orientam, aos que trabalham connosco, os que nos deram ser.

Falo em ser grata àqueles que nos estimulam e alimentam a nossa criatividade.

Falo em reconhecer o amor que temos ao nosso dispor e que recebemos gratuitamente.

Se calhar caiu em desuso, mas temos de o recuperar. 

Temos de realçar o bom que temos, mesmo que isso nos exige um grande esforço mental. Aos poucos, conseguiremos reconhecer, sem grande esforço, que somos gratos a muitas mais coisas do que aquelas que nos perturbam. 

Com humildade mas sem subserviência. 

Com amor mas sem dependência. 

Com o teu corpo e alma mesmo que às vezes não estejam em sintonia.

Por isso, hoje começa o teu desafio permanente: agradecer mais.

OBRIGADA.

E tu, amiga, a quem queres agradecer?

 

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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