A nostalgia dos fins

Cartas a uma amiga 28 junho 2025  •  Tempo de Leitura: 2

E quando sabemos que algo de muito bom está quase a acabar? Sentimos uma certa nostalgia sobre o que se viveu, um lamento pelo facto de ser algo, provavelmente, irrepetível. Agarrámo-nos às boas memórias, às emoções sentidas com esperança que fiquem tatuadas para sempre na nossa mente. Mas sabemos que não é assim. Existem experiencias, por melhor que sejam, cuja memória se esvanece e rapidamente ficam presas no baú.

 

Muitas vezes sabemos que aquele projeto em que participaste com tanto afinco tem de terminar, tem de passar para outras mãos e sentes um misto de alegria e de tristeza.

 

É o que é mas ma verdade sinto que gerimos mal o fim das coisas! Gerimos mal o fim das férias, o fim da vida, o fim de relações e de encontros…e um sei lá de coisas cujo fim é anunciado.

 

Em certos momentos temos tempo para nos ir preparando para o Fim, mas quando chega somos confrontados com sentimentos inesperados que nos sobressaltam a mente.

 

 Sim, porque muitas das vezes estamos desejosos pelo fim de algo, pelo fim de projetos, canseiras, relações tóxicas e um sei lá de coisas que na verdade só são boas quando acabam.

 

Outras vezes o Fim vem sem aviso prévio e somos confrontados com novos hábitos, mudanças de rotina e incertezas que nem sempre sabemos lidar.

 

Seja como for, seja como vier, o Fim faz parte da nossa vida, pois vamos tendo vários “the ends” para muitas metragens deste caminho.

 

Cada dia tendo aprender a por fim a algumas coisas, também para me permitir, começar outras que quiçá, possam ter apenas fim, quando tiver de ser e o mais feliz possível.

 

E tu amiga, de que fim tens nostalgia?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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