Olha-me esta, com a mania

Cartas a uma amiga 21 junho 2025  •  Tempo de Leitura: 2

Querida amiga, quando fazes algo de bom e bonito e partilhas com os teus amigos, do que esperas? Quando pões umas fotos de algo que fizeste e que te deu prazer, que reações esperas ter?

Um gosto? Um comentário? Uma partilha? Ou uma oportunidade de conversa?

Pois eu fico muito contente quando reagem e comentam o que faço, mas lamento que por vezes não se aproveite para se começar uma conversa. E nisso eu falho também.

Eu sinto que muitas vezes, basta por um gosto e já está! Mas depois perco a oportunidade de dizer, olhos nos olhos, como gostei de ver o que vi. Parece que vamos perdendo a capacidade de expressar pessoalmente o que sentimos quando estamos frente a frente. Perdemos oportunidades de nos relacionarmos, de começar uma conversa sobre o que sentimos…enfim!

É certo contudo, que muitos vêm o que fazemos, escrevemos e mostramos com desdém e até pensam: ”olha esta, com a mania”, mas até põe um gosto para disfarçar a inveja que têm, ou o incómodo que provocamos.

Outros até gostam, mas acham que queremos protagonismo.

Outros adoram-nos nas redes socias, mas quando estão connosco são incapazes de elogiar, comentar, ou perguntar a razão pela qual fazemos as coisas. Parece-me até, que há uma certa indiferença, disfarçada por emojis fofinhos.

E enquanto isso perdemos oportunidade de expressar o que sentimos da forma mais natural que temos: com palavras.

Se calhar temos de nos esforçar para olhar com mais amor para o que os outros partilham connosco, sem juízos de valor, nem preconceitos, mas com a alegria genuína de quem se alegria e orgulha do outro. Está na hora de ir ao encontro e valorizar o que de melhor o outro dá.

 E tu amiga, como sentes que os outros vêm as tuas partilhas?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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