Tudo passa… dá-lhe tempo.
E subitamente somos acometidos por momentos de raiva, tristeza ou de injustiça que nos roem por dentro e nos toldam os pensamentos. Se falamos, podemos ser mal interpretados. Se não falamos, acumulamos mágoas. Ora bolas! A verdade é que aquilo que, no momento, te marca como sendo ”eterno” e “inesquecível” pode desvanecer como uma brisa suave. Esse é um dos grandes méritos da passagem do tempo: relativiza emoções.
Não estou a desvalorizar sentimentos, até porque os tenho à flor da pele, mas aprendi que “tudo passa” e o que hoje é intenso, amanhã tende a suavizar-se, isto, claro se não teimares em manteres guardado os piores sentimentos que as relações humanas potenciam.
Jesus, na sua parábola do Trigo do joio, reconhece como ninguém a coexistência do bem e do mal. Ao se aperceberem que no meio do trigo havia o joio, foi proposto que se arrancasse mas Jesus disse: “Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo, ajuntai-o no meu celeiro.”
Não nos precipitemos em atitudes irrefletidas, deixa estar…dá-lhe tempo, no final o bem servirá o seu propósito.
O Papa Francisco, numa das suas catequeses, fala desta luta “lembremo-nos de que estamos sempre divididos entre extremos opostos: a soberba desafia a humildade; o ódio opõe-se à caridade; a tristeza impede a verdadeira alegria do Espírito; o empedernimento do coração rejeita a misericórdia. Os cristãos caminham constantemente sobre estes cumes.”
Isto consola-me, mas impele-me a uma grande reflexão sobre que semente quero cultivar, se o trigo ou o joio, e sobre que cume quero estar. Uma coisa é certa, essa luta é minha e o tempo continua a ser um bom remédio para relativizar as minhas falhas e derrotas.
E tu amiga, o que precisas que o tempo cure?