Detesto quando me chamam a atenção
Detesto eu e muita gente, ou melhor, preferia não ser chamada à atenção. Não digo isto com desdém mas lido mal com isso, sou uma refilona: tenho dito!
Agora a sério, não é fácil quando somos chamados à atenção por algum comportamento mais reprovável, ou nos mandam calar, ou nos interrompem no meio de uma argumentação. Ficamos amuados e perdemos capacidades de retórica. Uso o plural pois gosto de acreditar que não sou a única! E não sou, pois volta e meia sou eu que tenho de chamar a atenção, interromper, ou ”revirar os olhos” e sei que o outro nem sempre interpreta o que eu digo com a calma que deveria.
A verdade é que todos já estivemos em ambos os lados, e não acredito que alguém tenha gostado. Quando chamamos a atenção, ou somos forçados a discordar da multidão, podemos andar a convencer que estamos bem, mas no interior há sempre uma mágoa por não estarmos de acordo com a maioria. Ser a minoria num processo de decisão, ou ter uma opinião contrária é muito comum, a dificuldade é teres a coragem para a expressar sem ferir suscetibilidades.
Por outro lado, nem sempre encaramos bem as minorias, aqueles que parece que se lembram do que os outros não pensaram. Vêm monstros em tudo, perigos e dificuldades em qualquer aventura. Não é fácil rebater oposições contrárias sem que haja choque, amuos e chatices. E sabem acho que isso magoa ambas as partes, porque na verdade, mesmo que parece que alguém ganha a causa, por vezes perdem-se amigos.
Em tempos tão extremados acho que vale a pena refletir sobre isto.
Talvez o segredo seja a humildade, mas nunca a subserviência.
E tu amiga, como reages quando te chamam a atenção?