Acreditar é esperar e esperar é amar.
Esperar é uma característica humana que está bem presente na cultura do povo: «Enquanto há vida, há esperança!»; «A esperança é a última a morrer!»... Porém, uma esperança circunscrita à realidade humana é muito frágil e limitada.
D. Manuel Pelino ainda este fim de semana afirmou: «O Marxismo foi uma nova esperança, principalmente para a classe operária. O problema é que estava baseada na economia. Era uma esperança tão humana, ligada a outros autores, como Nietzsche, que negavam a existência de Deus».
O bispo emérito de Santarém, que participou nas Jornadas Marianas com Montfort, promovidas pelos Missionários Monfortinos em Fátima, com o tema “Virgem Maria, Mãe da Santa Esperança”, recordou ainda que quando a esperança humana termina, entra-se no desespero.
A Esperança Cristã integra todas as esperanças humanas. Também a marxista. Ainda que para Marx, os cristãos participassem da Confraria dos Ausentes. A religião era Ópio do Povo.
A religião, como se fosse uma ideologia, funciona como uma droga, usada sobretudo pelos poderosos, por forma a anestesiar os trabalhadores oprimidos, no aqui e no agora, com uma esperança numa vida situada para além deste mundo. Assim anestesiados e alienados, os trabalhadores, em vez de se empenharem com a melhoria da sua vida, aceitam todas as injustiças impostas pelo poder. A religião, vivida deste modo, não se preocuparia com a vida presente, pois adiava toda a esperança para uma vida futura, completamente fora deste mundo.
Mas a Esperança Cristã não é uma ausência de compromisso. Não é uma fuga do mundo. A Esperança Cristã é compromisso, é empenho em transformar o mundo. Como também partilhou o Padre Ricardo Figueiredo, nas mesmas Jornadas, «a Esperança compromete-nos com o presente, para alterar o futuro».
O Sacerdote do Patriarcado de Lisboa, recorreu ao lema de Montfort “Com Maria, em Maria, por Maria e para Maria” para explicar como testemunhar hoje a Esperança imitando Nossa Senhora. «Esperar com Maria, é ter a mesma atitude da Mãe de Deus nas Bodas de Canaã; Esperar em Maria, é viver esta atitude no dia-a-dia; Esperar por Maria, é confiar na sua intercessão; e, Esperar para Maria, é viver cada momento, cada instante para Maria. Ou seja, fazer tudo por amor».
A Esperança Cristã à imagem da Esperança Mariana, é colocar-nos ao serviço. É trabalho constante na salvação da humanidade para Cristo.
Para o Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, a Esperança Monfortina é Cristocêntrica, porque sempre subordinada a Jesus Cristo. Maria é mãe da Esperança. Ela foi a escolhida por Deus.
Como cultivar esta Esperança?
Temos que aprender a orar. A oração não está na quantidade de palavras, mas na sua intensidade. Maria é a mulher orante porque contempla, observa, medita e deixa-se invadir pela Palavra.
A Esperança nasce da Fé e alimenta-se na Caridade, quando há proximidade e ajuda fraterna.
Acreditar é esperar e esperar é amar.