Recriados no amor de Deus
“Todos ficaram cheios do Espírito Santo” (At 2,4).
‘Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida’ e expressão perfeita da comunhão do Pai e do Filho.
Pousa hoje novamente sobre nós as tuas ‘línguas de fogo’ (cf. At 2, 3), como fizeste aos apóstolos no dia de Pentecostes, e inflama os nossos corações com fé, esperança e amor.
És o sopro criador do Pai, que que nos fez à sua ‘imagem e semelhança’ (cf. Gn 1, 26), sopro de Vida que vai muito para além da nossa humanidade e da existência terrestre.
És também o sopro redentor do Filho que nos deu a conhecer o rosto e a vontade do Pai. Filho que, na sua paixão, entregou a sua vida sem pecado na cruz para perdoar os nossos. Filho que, na sua ressurreição, devolveu à humanidade incrédula e amedrontada a esperança no ‘mundo que há de vir’ e que, na sua ascensão, prometeu que seríamos revestidos pela ‘força do alto’ (cf. Lc 24, 49) para sermos testemunhas da glória de Deus “até aos confins da terra’ (cf. At 1, 8).
Se não fosses tu, como poderíamos compreender, ainda que de modo imperfeito, os santos mistérios? Como não achar escândalo ou loucura (cf. 1Cor 1,23) como os que em ti não creem que Deus tenha escolhido encarnar a nossa humanidade no seio de uma jovem, que tenha partilhado o pão com pobres, doentes, excluídos e pecadores e que por eles e por nós se tenha deixado pregar numa cruz?
Agracia-nos hoje e sempre com os teus dons, Santo Espírito, pois és tu que nos permites entrar em relação com a vossa Santíssima Trindade de amor!
Que o teu conselho esteja sempre presente no nosso discernimento, para que as decisões e conselhos que viermos a tomar e dar, sejam conformes ao plano de Deus para cada um de nós.
Que a tua sabedoria nos permita distinguir o trigo do joio (cf. Mt 13, 29) com a serenidade de quem reconhece e aceita as suas fragilidades e com a coragem de seguir Jesus mesmo quando somos enviados como ovelhas para o meio dos lobos (cf. Mt 10, 16).
Que a tua inteligência nos permita viver na lógica do Reino de Deus e que a tua ciência nos abra novas janelas e portas para cuidarmos da criação e para deixarmos o mundo um pouco melhor do que o encontrámos.
Que a tua fortaleza nos mantenha ‘pacientes nas tribulações e perseverantes na oração’ (Rom 12, 12) para que saibamos, com humildade e mansidão, ser ‘fiéis no pouco’ (cf. Lc 16, 10).
Que a piedade e o temor de Deus nos curem das nossas cegueiras e nos permitam viver em permanente atitude de espanto, louvor e gratidão pelas maravilhas que Deus opera em, através e apesar de nós.
Vem Espírito de amor, paráclito prometido, que ‘falaste pelos profetas’! Que assim entusiasmados e cheios de ti, possamos viver na alegria e na paz de Cristo ressuscitado para que a nossa alegria seja completa (cf. Jo 15, 11)!