Rezar pelos políticos?

Crónicas 22 novembro 2022  •  Tempo de Leitura: 4

Nos últimos tempos temos sido assaltados por notícias que envolvem os nossos políticos em constantes polémicas. A última é a ida das três principais figuras de Estado a este Mundial de futebol tão polémico quanto ao respeito pelos Direitos Humanos.

 

Apesar de ser, para mim, tão claro como a água, que nenhum governante deveria participar porque exigimos coerência, honestidade e transparência, quando falamos de Direitos Humanos, procuro desviar o tema central do diálogo. Por várias razões.

 

O futebol profissional que temos nesses palcos mundiais é ele mesmo um atentado ao ser humano: milhões em ordenados, transferências, negócios e negociatas, contratos e corrupção; manipulação da atenção das massas; consequências nefastas em tantas famílias; e muitas mais que para aqui não interessam.

 

Chateia-me seriamente estas sensibilidades à flor da pele. Quando acabar o torneio quero ver se estes ativistas continuarão empenhados nesta luta. O mais certo é que repitam a atitude que tiveram nestes últimos dez anos, desde que o Qatar foi escolhido…

 

Como cristão, creio ser necessário renovar a oração pelos nossos políticos. Aliás, como o próprio Papa nos pede.

 

«Um bom cristão participa ativamente da vida política e reza para que os políticos amem o seu povo e o sirvam com humildade. Isso significa que nenhum de nós pode dizer: mas eu não tenho nada a ver com isso, são eles que governam. Não, sou responsável pelo governo deles e tenho que fazer o possível para que eles governem bem, participando da política como posso. A política, diz a doutrina social da Igreja, é uma das mais altas formas de caridade, porque está ao serviço do bem comum. E não posso lavar as mãos: cada um de nós tem que fazer alguma coisa. Mas já nos acostumamos a pensar que só devemos fofocar sobre os governantes, falar mal deles e das coisas que não são boas». Homília,16 de setembro de 2013

 

A política é responsabilidade de todos. O trabalho das autoridades civis, por vezes, é difícil e complexo. A vida de todos os cidadãos depende das decisões e orientações dos governantes, para o bem ou para o mal. Acima de tudo, precisam deixar-se iluminar pelo Espírito Santo para que a sua ação seja sempre em favor da vida! Por esta razão, a nossa oração deve ser constante e perseverante! Já São Paulo escreveu a Timóteo: «Recomendo, antes de tudo, que se façam pedidos, orações, súplicas e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que detêm autoridade, para que possamos levar uma vida calma e serena, com toda a piedade e dignidade». 1 Timóteo 2, 1-2

 

Devemos rezar para que a política e os políticos estejam ao serviço do bem comum e não de interesses particulares. Não há vocação maior do que servir o bem comum e dar prioridade ao bem-estar de todos, antes do ganho pessoal.

Licenciado em Teologia. Professor de EMRC. Adora fazer Voluntariado.

Subscrever Newsletter

Receba os artigos no seu e-mail