O mundo atravessa um período difícil e doloroso. Todos os dias as notícias de guerra, conflitos, tragédias familiares, crise económica, a epidemia da Covid-19 que ainda faz os seus estragos, as alterações climáticas e as catástrofes ecológicas, a  injustiça, etc., entram nas nossas casas aumentando a preocupação e a ansiedade a todos. Pela europa temos ainda o problema da pedofilia na Igreja.

De facto, muitas vezes estas notícias são atiradas para cima de nós, como quem alimenta interesses escondidos. No caso da pedofilia já parece uma caça às bruxas, sem um pingo de discernimento e respeito por quem se acusa ou se lança a suspeita.

E a ética da comunicação social mostra-se impotente diante destes tsunamis mediáticos que tantas noticias desencadeiam nestes dias sombrios. A situação atual exige que todos tenhamos uma maior capacidade crítica na abordagem do mundo dos meios de comunicação. Verificar a verdade e a fiabilidade das noticias tornou-se uma necessidade fundamental para proteger as nossas famílias e a nós mesmos. 

Nesse contexto negro, é fácil ceder ao desespero e questionar-nos se vale a pena continuar a dar o melhor de nós, tentando viver o nosso dia a dia com alegria, empenho e coragem. O pessimismo tenta roubar a esperança, dissipando os sonhos que todos temos

Para os crentes a oração é verdadeiramente fonte de esperança e de felicidade. Não porque é uma espécie de ansiolítico que alivia o cansaço de viver, mas porque é encontro e diálogo de amor com Deus, fundamento de toda a existência.

A oração, como encontro com o Senhor, muda a nossa vida, converte os nossos corações ao bem e ao amor, devolve a cada um a alegria de viver, ajuda a semear ao nosso redor a esperança e a confiança. 

Não esqueçamos que a religião cristã é a da encarnação. Necessariamente deve falar a todo o ser humano na sua totalidade. Também através dos sentimentos, do coração, dos afetos e emoções.

A formação até à bem pouco tempo concentrou-se sobretudo na transmissão de conceitos doutrinários e morais, que não devem ser excluídos. Porém, cada vez mais percebemos que a fé em Jesus deve necessariamente tocar a nossa carne, a nossa sensibilidade emocional e afetiva e envolver todas as áreas do nosso ser, incluindo o psicológico, físico, intelectual, relacional, social…

A fé em Jesus é integral. Dá união a todas as dimensões do humano. Olhar para Cristo, falar com Ele, orar, torna-nos mais humanos, mais capazes de administrar a nossa vida de uma forma saudável, aprendendo a lidar com os nossos medos e o nosso pessimismo alimentando a esperança e aumentando a nossa confiança.