Pedi aos jovens!

Crónicas 10 maio 2022  •  Tempo de Leitura: 3

Ao longo da semana passada tive um particular cuidado, com quem me encontrei, na abordagem do tema A Vocação. Ainda que o possa ter feito de uma forma indireta, questionando-me e questionando o outro sobre a obediência à vida quotidiana; aos nossos compromissos assumidos connosco e com os outros; à correção de trajetos de vida iniciados e, entretanto, desalinhados, em suma, da fidelidade à nossa vocação.

 

De uma forma específica, procurei abordar o tema nas minhas aulas e nos encontros de grupo. Não basta constatar, nas conversas informais que vamos tendo, que as novas gerações estão cada vez mais egoístas, egocentristas e preocupadas "com o seu umbigo".

 

De facto, deparo-me cada vez mais com jovens que, mais do que se condenarem a uma morte física, caminham para uma morte interior onde cada vez mais não há espaço para a relação com o outro, que não seja a satisfação dos seus desejos pessoais.

 

As causas são muitas e os culpados têm nomes porque desempenham o papel de pais, educadores, comunicadores, gestores, religiosos, políticos, criadores de moda, influencers,  etc… Na sua grande grande maioria, adultos.

 

Com os adolescentes e jovens com quem contactei nesta semana vocacional, pedi-lhes tantas coisas.

 

Pedi-lhes que tenham a coragem de dizer aos pais que não lhes deem tudo o que pedem, porque a fartura de hoje pode vir a ser a pobreza de amanhã quando tiverem que fazer as suas opções ou tiverem de lidar com diversas necessidades.

 

Pedi-lhes para olharem para além do horizonte, para o infinito. A vida não acaba "entre quatro tábuas". Há vida para além desta!

 

Pedi-lhes para não evitarem os problemas, porque vão aparecer sempre e saber sacrificar-se irá prepará-los para as dificuldades da vida.

 

Pedi-lhes para procurarem a verdade e assim não andarem iludidos com coisas inúteis e fúteis que exigem sempre mais e mais deixando-os dependentes da falsidade.

 

Pedi-lhes para viverem as suas relações na concretude da vida, do pequeno e rotineiro gesto de bondade, porque muitas vezes as relações que o mundo oferece são guiadas pela autossatisfação imediata e temporária, que conduz tantos à destruição através do jogo, da droga, do álcool e do sexo.

 

Pedi-lhes, lembrando-me de São João Paulo II, para não terem medo de seguir a vocação que cada um tem à Paz, ao Bem e ao Amor.

Licenciado em Teologia. Professor de EMRC. Adora fazer Voluntariado.

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