Reflexões da última semana do ano litúrgico… Viva Cristo Rei!

Crónicas 24 novembro 2020  •  Tempo de Leitura: 3

A pandemia do coronavírus está a colocar-nos a todos num certo estado de ansiedade e de stress que antes não julgávamos real ou possível. Ouvimos frequentemente aquela expressão: "Éramos felizes e não sabíamos!..."

 

Verdade seja dita que, quem já passou por outros estados de vida olha para esta pandemia com uma certa desconfiança. Graças a Deus, conheço tanta gente que, por questões de ordem pessoal ou de ordem vocacional, já passou por momentos muito intensos e stressantes, que "olham" para este estado de coisas com relativa serenidade e "espanto". Sim. Conheço pessoas que viveram o ébola, muito mais letal… Viveram a fome, que é terrível… E não me quero alongar mais nestas "tragédias" da vida humana…

 

De facto, o desconhecido amedronta-nos. O saber, que contagiado por este vírus, não sei como vou reagir ou como vão reagir os meus, é muito mau… É angustiante! É "uma roleta russa", como vi numa reportagem da televisão…

 

Mas é a realidade humana!

 

O problema é que o Homem contemporâneo, influenciado por aquele moderno, sempre se julgou senhor do tempo. Este vírus veio provar-nos que não somos "senhores de nada". Somos finitos! Somos limitados!

 

E é aqui que a fé nos questiona. A fé interroga-nos sobre o que pensamos da nossa humanidade: vives apenas neste mundo ou acreditas que há um novo mundo depois deste? Eis a grande diferença entre o crente e o não crente!...

 

O simples mortal procura ser um Bom Homem neste mundo porque preocupado com o seu semelhante. O Homem de Fé, sabe que para além de melhorar a vida dos seus contemporâneos, constrói uma vida de eternidade. Então, toda esta tormenta é passageira, porque Deus é. Porque Deus está presente e sempre estará.

 

Não acredito que esta pandemia seja uma prova que Deus coloque à minha ou à nossa fé. Mas é uma prova que EU ou NÓS podemos colocar à nossa crença. Deus está para além desta tormenta ou não?

 

Cada um saberá dar a devida resposta a esta pergunta. Para mim, Jesus é rei. É o Cristo Rei, que não abdicou da condição divina mas que assumiu a realidade humana, para nos mostrar que para além de todo o sofrimento que a nossa condição de finitos, limitados, está a misericórdia divina. Somos filhos de Deus. Esse é o nosso destino.

 

"Viva Cristo Rei!", como gritou o jovem São José Luís Sánchez del Rio, antes de ser assassinado.

Licenciado em Teologia. Professor de EMRC. Adora fazer Voluntariado.

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