Amarás…

Crónicas 27 outubro 2020  •  Tempo de Leitura: 3

Não está fácil! É a expressão que mais ouço nos dias que correm. Sempre que se pensa em retomar projetos, em reiniciar atividades. No fundo está a ser mais complicado retomar a normalidade dos dias. Faltam-nos coisas simples que facilitam a vida. Um cumprimento, um abraço, um simples toque no outro.

 

Porém, é este o tempo em que a proximidade social e comunitária é mais precisa. E é neste tempo que o Senhor nos pede para sairmos e irmos ao encontro do outro.

 

«Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo, porém, é semelhante a este: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os profetas.» (Mt 22,37-40)

 

O verbo amarás, no futuro, que ouvimos no Evangelho deste domingo, convida-nos a dar um passo maior, sem fixar metas. O amor, tal como a liberdade, não tem limites. Deus pede plenitude no amor para que assim possamos assemelhar-nos a Ele. O desejo de ser como Deus não se realiza em ter todo o poder, mas em amar a todos como Ele amou, dando a própria vida. Mesmo neste tempo de pandemia…

 

O evangelho empurra-nos para outra lógica de ser e estar. Uma lógica que não é do medo, não é da fuga, da reclusão, do fechamento na nossa individualidade e na nossa segurança pessoal… A lógica do amor empurra-nos para sair e não se conter, para realmente se encontrar e não se calar, para ir até onde a vida acontece e onde há sofrimento, pobreza, desespero: em lares, escolas, hospitais, ruas… Com as devidas precauções e recomendações que as autoridades de saúde nos dão, não podemos ficar na tranquilidade dos nossos lares enquanto um irmão precisa de mim, de nós.

 

Estamos a terminar o mês dedicado às Missões, cujo lema é: "Eis-me aqui, envia-me." (Is 6, 8) e o Papa Francisco, na sua mensagem para o Dia Mundial das Missões, escreveu:

 

“… Num contexto profundamente marcado pela pandemia da Covid-19, não se deve desanimar porque a missão não é fruto de capacidades humanas, mas pertence a Deus: o Espírito Santo é seu protagonista. O Senhor toma a iniciativa, enviou seu Filho Jesus Cristo e hoje envia cada batizado”.

 

Mesmo nestes tempos novos, o cristão é chamado a Amar sem medida! Cada um de nós saberá o que pode dar: trinta; sessenta ou cem. (cf Mt 13, 4-23)

Licenciado em Teologia. Professor de EMRC. Adora fazer Voluntariado.

Subscrever Newsletter

Receba os artigos no seu e-mail