É verdadeiramente difícil orientar-se entre tantas opiniões que se levantam nos últimos dias sobre a reabertura das escolas. Nos últimos tempos, até preocupações e problemas recorrentes são abordados com alarmismo e cenários mais sombrios. Como por exemplo, o transporte dos alunos, os equipamentos e espaços das escolas, as carteiras e o espaçamento nas salas de aula, as atividades extracurriculares…

E também está presente o cenário "apocalíptico" da falta de professores. A “normal” falta de auxiliares e de todos aqueles profissionais com atestados de doença… Como se a categoria dos professores e colaboradores escolares fosse constituída por uma massa de pessoas assustadas e pouco apegadas ao trabalho… Fala-se de tudo e demais.

É realmente difícil compreender os elementos concretos ou ter uma imagem realista do que está para acontecer. E o “pânico” que após o primeiro toque a sirene de alarme volte a vibrar e o pesadelo de "todos para casa" regresse, é real…

Nesse cenário tão desanimador e provavelmente demasiado agitado, principalmente pelo facto de ninguém saber ao certo como vai comportar-se a epidemia, a verdadeira e real expectativa está na chamada "prova de fogo": vamos abrir as portas, respeitando as regras que existem, e veremos o que acontece!

Creio que acima de tudo é necessário estimular e motivar um pouco mais os professores, as famílias e os alunos, sem subestimar os riscos da situação atual. Os primeiros dias de aulas vão trazer grandes emoções. Mesmo para mim que escrevo estas linhas. Professores e pais devem transmitir serenidade às crianças, adolescentes e jovens. A escola vai ajudá-los a conhecer e respeitar as normas de saúde. Irá explicar aos alunos que a escola está preparada para recebê-los novamente. Porque professores, auxiliares e demais funcionários estão todos na escola para eles. 

Com as medidas de segurança e sistemas de proteção que as escolas têm, se implementados corretamente, estaremos no bom caminho. Algum medo permanecerá. No entanto, acredito que, já em andamento, o medo desaparecerá paulatinamente. Talvez o Covid-19 nos tenha feito entender realmente o quão importante é a escola, para a formação e a socialização da pessoa, o quão fundamental é a sua função dentro da comunidade humana. A escola não poderia deixar de abrir. E esta já é uma pequena vingança contra o vírus, mas é também uma grande mensagem de esperança.

Não é fácil replicar o exemplo de Jesus, mestre por excelência, mas todo o professor deve esforçar-se por ter, para os seus alunos, aquela autoridade que o qualifica como verdadeiro professor, como pessoa capaz de deixar uma marca na mente e na vida dos seus alunos.

Bom regresso!