Esta última semana foi rica em acontecimentos que nos podem perturbar. «Todos somos Marega» e todos nos preocupamos com a nossa qualidade de vida e de… «morte».

Creio que ninguém, no seu "perfeito juízo" seja conscientemente racista, porém são muitos os momentos que trazem à luz do dia esta "raça superior" que é a nossa, independentemente de qual seja ela: branca, negra, amarela ou "azul com pintinhas cor de laranja". Pois, não basta gritar aos quatro ventos, mas é preciso vivê-lo no quotidiano, onde me relaciono com o outro sem ligar à cor da pele ou ao clube que defende.

Também é verdade que nenhum de nós "quer sofrer estupidamente ou sem sentido". A eutanásia quando nos é apresentada para aqueles que sofrem sem sentido e sem remédio, parece-nos um ato de misericórdia: que "nos morram"! Porém a questão é mais profunda do que o nosso egoísmo: "Matas-o tu?"

O "suicídio assistido" ou a eutanásia, é alguém que prepara um químico que vai dar ao outro para que se "morra"! Esta é a verdade que quase ninguém quer pensar. Não se trata apenas de "pôr termo ao sofrimento de alguém"! Mas é exigir a um médico que prepare um solução mortal. Ou seja, é pedir a um cuidador que dê algo contrário à sua vocação que é a de salvar.

Claro que não ponho em causa o sofrimento de cada um de nós. Cada um sabe o que sofre. Mas é pedir a alguém que faça qualquer coisa que me mate! Isto também me deve pesar na consciência!

Somos todos marega… Quantos maregas houve até hoje e não nos importamos? Sempre que vou a jogos dos juvenis, farto-me de ver maregas… Somos tão egoístas que só nos consciencializamos quando nos tocam à porta…

Nem o racismo nem a eutanásia podem ser vistos a partir do meu egocentrismo!

«Ouviste que foi dito aos antigos: "Não matarás; quem matar será submetido a julgamento". Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que se irar contra o seu irmão será submetido a julgamento. Quem chamar imbecil a seu irmão será submetido ao Sinédrio, e quem lhe chamar louco será submetido à geena de fogo." (Mt 5, 21-22)

Se não for a nossa consciência a julgar-nos, creio que perante o Pai, não teremos outra saída que não aceitarmos o que fizemos. Que as nossas decisões e os nossos julgamentos tenham sempre consciente o que somos e o que um dia seremos.

Sejamos conscientes da vida (da minha e da do outro)! 

p.s. Deixo aqui a minha declaração de interesses futebolísticos: Sou Portista à quase 50 anos.