Ser Luz e Ser Sal… Difícil, não é?

Crónicas 11 fevereiro 2020  •  Tempo de Leitura: 3

Tenho passado os últimos dias a sonhar… A sonhar com um mundo novo! Um mundo onde o sofrimento e a dor continuam a estar presentes, porém a Esperança é ainda mais forte do que nunca! A Esperança de que tudo fará sentido num amanhã que está para descobrir…

 

Como somos "insaciáveis", estamos sempre dispostos a "descobrir o novo". O ser humano nunca está contente com o que tem. Nunca estamos satisfeitos com o que possuímos, seja bom ou mau.

 

Esta realidade é, muitas vezes, esquecida. Somos seres em devir. Somos seres em constante transformação. Eis a razão pela qual ainda não chegamos a uma "solução final" para todas as questões que nos atormentam

 

Por isso é que Jesus disse que os cristãos devem ser sal e luz

 

"Eis o que diz o Senhor: «Reparte o teu pão com o faminto, dá pausada aos pobres sem abrigo, leva roupa ao que não tem que vestir e não voltes as costas ao teu semelhante. Então a tua luz despontará como a aurora, e as tuas feridas não tardarão a sarar. Proceder-te-á a tua justiça e seguir-te-á a glória do Senhor.»" (Is 58, 7-8)

 

Ou seja, num mundo onde tantas questões se levantam, nós cristãos, só temos uma resposta a dar: Através da caridade, somos luz e sal, para um mundo que não encontra em si a solução da felicidade definitiva.

 

Vivemos num mundo que ainda acredita encontrar a felicidade total. Vivemos numa sociedade que julga ser capaz da realização pessoal, como primeira, e da realização social, como consequência. O problema está na premissa. Ou seja, a felicidade universal depende, não da felicidade individualista, mas, numa linguagem religiosa, da satisfação comunitária

 

Só serei feliz na medida que o outro for feliz!

 

É isto que o Evangelho nos pede! Sede luz! Sede sal! Nem a luz nem o sal têm o fim em si mesmos. Servem para "iluminar" ou "salgar" a todos. Não vivem para si, mas para dar sabor, dar luz, incluídos a si próprios mas abraçando todos os outros.

 

Ser sal ou Ser luz quer dizer que procuramos dar sentido à nossa vida, não esquecendo que partilhamos este caminho com outros. Esta vida não tem qualquer sentido se esquecermos estes "outros". Quando "iluminamos" ou "salgamos", não nos limitamos a ser felizes nas "nossas" vidas, mas também a fazer sentido às vidas com que nos relacionamos.

 

Se a nossa vida não tem sentido é porque a vivemos só para nós! É sinal que "nos estamos a salgar e a iluminar em excesso"! A luz e o sal não têm um fim em si mesmos, mas no abrir-se aos outros.

 

A tua vida só tem sentido quando te abres ao próximo.

 

Sê sal! Sê luz!

Licenciado em Teologia. Professor de EMRC. Adora fazer Voluntariado.

Subscrever Newsletter

Receba os artigos no seu e-mail