Jejuns e Abstinências...

Crónicas 27 fevereiro 2023  •  Tempo de Leitura: 2

Nestes dias quaresmais ouve-se com frequência que é mais importante jejuar da maledicência do que da comida.

 

Ora, o jejum alimentar pode ajudar a dominar as nossas paixões e a converter os nossos instintos, incluindo os da calúnia e da maledicência. Pode ajudar a transformar esta energia em forças positivas ao serviço da vida e do amor. Ajuda-nos a ser desapegados da vida, porque leva-nos a encontrar-nos connosco próprios.

 

Ainda que devamos estar atentos para não alimentar o nosso orgulho, fazendo-nos sentir o à vontade como aconteceu com o publicano no templo.

 

Este estar consigo mesmo, deve ser o ir ao essencial, à essência da vida. E esta é Deus. Se o estar comigo próprio é estar fechado a Deus e ao próximo é o mesmo que sentir-se autossuficiente e  ser egocêntrico. 

 

Por isso é que muitas vezes  e apesar das muitas abstinências – carne, doces, café, tabaco, etc. - continuamos caluniadores e maldosos para com nossos irmãos, especialmente para com aqueles que erram. Se evitar certos alimentos, como sinal quaresmal, não nos ajuda a superar a injustiça, a maldade, a dureza de coração e não nos estimula a um maior empenho nas obras de misericórdia, caridade e justiça, Deus rejeita-o! Deus não quer esse jejum!

 

O jejum ou a abstinência alimentar devem ser orientados para a conversão de toda a nossa existência que se abre ao próximo, no dom de si.

 

Recordemos a exortação de São Paulo: «Não saia dos vossos lábios nenhuma palavra inconveniente; mas sim, boas palavras que possam servir para a edificação, beneficiando quem ouve. Que toda amargura, indignação, ira, clamor e calúnia se afastem de vocês com todo tipo de maldade.» (Cf. Ef 4, 29.31)

Licenciado em Teologia. Professor de EMRC. Adora fazer Voluntariado.

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