Preferir Jesus

Crónicas 5 setembro 2022  •  Tempo de Leitura: 3

No Evangelho deste domingo, Jesus convida-nos a “preferi-lo” sempre e primeiramente, só assim seremos seus discípulos.

 

O caminho para Jesus, não é um caminho fácil, pois Jesus não se preocupa em ter muitos seguidores, mas em ter seguidores fiéis e verdadeiros discípulos. Por isso, nas suas propostas, ele é radical e exigente, nunca facilita. Diria mesmo que Ele compôs a expressão “ou és ou não és”, não há meio termo. Segui-lo é uma clara adesão a Ele, colocando em segundo plano a nossa família, a nossa vida e os nossos bens. Tudo se torna secundário, para quem se entrega à missão de ser Seu discípulo. Preferir Jesus é ser se capaz de aceitar e viver segundo as suas exigências. Não pensemos que segui-Lo é um fardo ou algo inalcançável, tenhamos plena consciência que segui-Lo é ser verdadeiramente feliz! Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida! É quem nos conduz à felicidade plena, ao amor incondicional e à entrega, em verdade, aos outros.

 

O primeiro passo para seguir Jesus é receber o batismo, não como uma “tradição”, mas como um compromisso sério. Certo que, muitos de nós, o recebemos em criança ou bebé e tiveram de ser os nossos familiares a assumir esse compromisso por nós. Mas compete-nos, durante a nossa caminhada cristã, ir enriquecendo e fazendo crescer este laço que temos com Jesus.

 

Na minha missão em Moçambique, pude presenciar batismos de adolescentes e adultos. Fizeram a sua caminhada catequética, de preparação para os sacramentos, junto dos catequistas da paróquia. Era uma satisfação ver a alegria que eles traziam para cada encontro de catequese. Tive oportunidade de estar mais com eles nos encontros de preparação, mais próximos da celebração. Nomeadamente na preparação para o sacramento da reconciliação, lembro-me particularmente de uma jovem (com cerca de 30 anos, casada e com filhos), muçulmana mas casada com um católico, decidiu abraçar a religião do marido. Apesar de adulta, parecia uma criança na sua preparação, de uma ingenuidade e humildade tal, que tinha medo de se enganar ou esquecer de dizer alguma coisa, então disse-me “Mana Ana, vou lhe dizer o que pensei dizer ao senhor padre em confissão”. Eu meia confusa, disse-lhe que o que se diz em confissão é segredo entre ela e o confessor, mas ela insistiu tanto que acedi. Percebi nas suas palavras que ela era uma “menina” enamorada por Jesus e que não lhe queria falhar, tive a certeza que ela estava preparada para assumir o compromisso de O seguir.

 

Será que nós, que já o conhecemos há muito tempo, achamos que Ele já não nos diz nada de novo? Será que, deixamos adormecer este amor, a ponto de não precisarmos dele? A Sua mensagem não é sempre atual? Costuma-se dizer que não amamos aquilo que não conhecemos. Será que conhecemos bem Jesus a ponto de o amar verdadeiramente?

tags: Ana marujo

Nasci em 1982, a 4ª filha de 6 irmãos. Natural de Sobrado, Valongo. Sou escriturária de profissão.

Somos uma família católica e, os meus pais, sempre nos guiaram no caminho de seguir Jesus, frequentando a catequese e a Eucaristia.

Desde cedo quis ser catequista e quando terminei o percurso catequético, fui catequista. Hoje ainda sou, para além de participar noutros grupos paroquiais.

Sempre tive vontade de partir em missão, muitas vezes o medo ou a insegurança, fizeram me recuar. Não sou pessoa de ter coragem, de dar o primeiro passo. Mas, sempre que via reportagens ou artigos sobre pessoas que partiam em missão, o meu coração “contorcia-se”. Eu sabia que tinha que ir. Em 2017 surgiu a oportunidade de embarcar numa missão para o Uganda e depois em 2018 para Moçambique.

Nestas experiências percebi e aprendi, que sou mais feliz quando faço os outros felizes. Que com pouco posso fazer muito. Não existem barreiras que nos dividam com ninguém.

Ali aprendi quem é o meu próximo! Se o podia ter descoberto aqui na minha paróquia? Claro que sim. Mas estas missões servem para sairmos de nós mesmos e sentirmos a necessidade de ir ao encontro do outro. Num contexto social diferente os nossos olhos “transformam-se” e aprendemos a ver doutra forma.

Posso dizer que fui muito feliz!

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