Barco à deriva

Crónicas 2 maio 2022  •  Tempo de Leitura: 3

Quantas vezes nos sentimos perdidos? Quantas vezes sentimos que somos com um barco à deriva, deixando-nos levar pela maré? Ou porque achamos que é mais fácil assim ou então porque, achamos que já não vale a pena lutar.

 

Quantas vezes perguntamos “meu Deus porque me abandonaste”? É sempre mais fácil colocar a culpa no outro, colocar toda a pressão no outro, pois precisamos sempre um “bode expiatório” para as nossas incertezas. Vivemos rodeados de egoísmo, má vontade, invejas e falta de humanidade. Isso torna-nos pessoas vulneráveis e facilmente somos “moldados” pelo que a sociedade propõe como estilo a seguir.

 

Jesus vem para mudar isso tudo. Desde cedo Jesus percebeu a missão que o Pai lhe tinha confiado: anunciar um mundo novo, de vida, de liberdade, de paz e de amor para todos. Quem ama, a ponto de dar a vida pela libertação dos outros? Mas o projeto de Jesus, confrontado com a realidade do mundo, entra em choque. Porque as pessoas são comodistas e tudo o que inclui mudança, dá trabalho. Então preferem “calar” Jesus, do que aceitar que Ele é o caminho, a verdade e a vida. Ele é a boa notícia que enche de alegria, todos aqueles que o amam e seguem.

 

Jesus, através das suas ações, utilizando parábolas e simbolismos, apresenta-nos quem Ele realmente é e qual a sua missão na terra.

 

No Evangelho deste domingo, vemos Jesus aparecer pela terceira vez, aos seus discípulos, depois da Sua Ressurreição. É também, durante a refeição, que Jesus questiona Pedro, acerca do Seu Amor a Ele, três vezes. O número três significa a totalidade, talvez por serem 3 as dimensões do tempo (passado, presente e futuro). Também podemos ver como representação da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Indicando que Ele, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, são um só e por toda a eternidade.

 

Jesus não é só passado, ele é presente e futuro, ou seja, a sua mensagem é sempre atual, é uma mensagem de amor. E o amor nunca morre!

 

Naquela noite, os discípulos não conseguiram ver, para onde deviam “atirar” as redes, mas Jesus, mais uma vez, indica-lhes o caminho. Mais uma vez, Ele mostra que é o Caminho, a Verdade e a Vida! Por isso, quando andarmos às escuras pensemos na verdadeira Luz, aquela que nos guia e assim, já não permaneceremos nas trevas mas seremos Luz para os outros!

tags: Ana marujo

Nasci em 1982, a 4ª filha de 6 irmãos. Natural de Sobrado, Valongo. Sou escriturária de profissão.

Somos uma família católica e, os meus pais, sempre nos guiaram no caminho de seguir Jesus, frequentando a catequese e a Eucaristia.

Desde cedo quis ser catequista e quando terminei o percurso catequético, fui catequista. Hoje ainda sou, para além de participar noutros grupos paroquiais.

Sempre tive vontade de partir em missão, muitas vezes o medo ou a insegurança, fizeram me recuar. Não sou pessoa de ter coragem, de dar o primeiro passo. Mas, sempre que via reportagens ou artigos sobre pessoas que partiam em missão, o meu coração “contorcia-se”. Eu sabia que tinha que ir. Em 2017 surgiu a oportunidade de embarcar numa missão para o Uganda e depois em 2018 para Moçambique.

Nestas experiências percebi e aprendi, que sou mais feliz quando faço os outros felizes. Que com pouco posso fazer muito. Não existem barreiras que nos dividam com ninguém.

Ali aprendi quem é o meu próximo! Se o podia ter descoberto aqui na minha paróquia? Claro que sim. Mas estas missões servem para sairmos de nós mesmos e sentirmos a necessidade de ir ao encontro do outro. Num contexto social diferente os nossos olhos “transformam-se” e aprendemos a ver doutra forma.

Posso dizer que fui muito feliz!

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