Pedra – Julgamento ou Perdão

Crónicas 4 abril 2022  •  Tempo de Leitura: 2

Se procurarmos no dicionário, o significado de “pedra”, encontramos por exemplo “pedaço de uma substância sólida e dura. Mal escutamos esta palavra, percebemos que é algo duro e que (atirado) pode magoar. Por essa razão, muitas vezes, usamos para definir o coração daqueles que não sabem amar, dizemos mesmo que têm um coração de pedra.

 

Segundo a lei de Moisés, quem cometia algum pecado grave, devia ser apedrejado até à morte. Ainda nos dias de hoje, ouvimos relatos de pessoas que foram apedrejadas, porque cometeram adultério. Ainda hoje, as pedras são armas de arremesso que magoam e matam.

 

Mas quem somos nós para julgar e executar o outro? Continuamos a olhar para o cisco do olho do outro e não vemos a tranca que está no nosso? Continuamos a apontar o dedo, sem antes fazermos o nosso exame de consciência e perceber que sou tão, ou mais, pecador que o outro?

 

De que serve apontar os erros dos outros, se não temos coragem de corrigir os nossos? É mais fácil “elevar” os erros dos outros, para que ninguém repare nos nossos.

 

Quantos de nós temos pedras na mão para atirar? Quantos de nós, nos julgamos superiores? Até que ponto pode ir a nossa “dureza” de coração? Não nos sentimos livres, quando nos perdoam? Porque não somos capazes de perdoar?

 

Pobres pedras que, por serem sólidas e duras, são usadas como armas em vez de forma de Paz e união. Não são as pontes contruídas com pedras? Não são as nossas casas feitas de pedra? Jesus não disse que era sábio aquele que constrói sobre a rocha? Porque era uma construção firme e inabalável? Então porque usamos, aquilo que Deus nos deu, para criar guerra em vez de Paz e conforto?

 

Não usemos as pedras para construir muros à nossa volta, mas para construir pontes que nos leve ao encontro dos outros!

tags: Ana marujo

Nasci em 1982, a 4ª filha de 6 irmãos. Natural de Sobrado, Valongo. Sou escriturária de profissão.

Somos uma família católica e, os meus pais, sempre nos guiaram no caminho de seguir Jesus, frequentando a catequese e a Eucaristia.

Desde cedo quis ser catequista e quando terminei o percurso catequético, fui catequista. Hoje ainda sou, para além de participar noutros grupos paroquiais.

Sempre tive vontade de partir em missão, muitas vezes o medo ou a insegurança, fizeram me recuar. Não sou pessoa de ter coragem, de dar o primeiro passo. Mas, sempre que via reportagens ou artigos sobre pessoas que partiam em missão, o meu coração “contorcia-se”. Eu sabia que tinha que ir. Em 2017 surgiu a oportunidade de embarcar numa missão para o Uganda e depois em 2018 para Moçambique.

Nestas experiências percebi e aprendi, que sou mais feliz quando faço os outros felizes. Que com pouco posso fazer muito. Não existem barreiras que nos dividam com ninguém.

Ali aprendi quem é o meu próximo! Se o podia ter descoberto aqui na minha paróquia? Claro que sim. Mas estas missões servem para sairmos de nós mesmos e sentirmos a necessidade de ir ao encontro do outro. Num contexto social diferente os nossos olhos “transformam-se” e aprendemos a ver doutra forma.

Posso dizer que fui muito feliz!

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