Relações

Crónicas 18 outubro 2021  •  Tempo de Leitura: 2

Ao longo da nossa vida, vamos nos cruzando com pessoas com as quais nos identificamos e outras que nem tanto. Pessoas com pensamentos semelhantes aos nossos e outras totalmente opostas. Muitas vezes, vemos pessoas que tudo fazem para alcançar os seus objetivos, nem que para isso tenham de “pisar” o outro. Vivemos muito no “eu”, “eu” e depois os outros, ou até ficamos pelo “eu”, porque pensar nos outros “dá muito trabalho”.

 

Queremos ser mais e melhor que os outros, a todo o custo temos de “dar nas vistas” para sermos vistos e até falados. O que nos importa são os “likes” e seguidores nas redes sociais. Somos completamente superficiais e isso afasta-nos do que é real e verdadeiro. As redes sociais acabaram com a nossa vida social real.

 

No Evangelho deste domingo, dois dos discípulos (Tiago e João) pedem a Jesus para os “eleger” para os cargos maiores. Um queria sentar-se à Sua direita e o Outro à esquerda. Seriam os seus “secretários de estado”. Nos dias de hoje, estariam na lista dos “amigos chegados” do Instagram de Jesus, aqueles que podem aceder a tudo o que Ele publica. Não sabiam eles, que estavam a pedir para sofrer com Ele. Quando há a formação de um governo, todos os escolhidos estão no mesmo barco. Mesmo que seja o Primeiro Ministro a dar a cara, todos estão comprometidos. Seguir Jesus é embarcar com Ele e temos como objetivo chegar a bom porto. E sabemos que o porto, a que queremos chegar, é o reino de Deus. Um reino de paz e justiça, onde ninguém é melhor do que ninguém.

 

Quando pensamos na missão a que cada batizado é desafiado, temos que nos lembrar que não estamos sozinhos. E que, em comunhão com outros nos é possível avançar e ser fiel a essa missão. Ir em missão, não se aplica apenas quando deixamos tudo e partimos para outra terra. A missão pode se realizar em qualquer lado e em qualquer momento da nossa vida, basta estarmos atentos à nossa volta e perceber onde e como podemos fazer missão.

 

Na relação com os outros, é que vamos nos conhecendo melhor e percebendo qual a nossa missão! E assim encontraremos a felicidade plena!

Nasci em 1982, a 4ª filha de 6 irmãos. Natural de Sobrado, Valongo. Sou escriturária de profissão.

Somos uma família católica e, os meus pais, sempre nos guiaram no caminho de seguir Jesus, frequentando a catequese e a Eucaristia.

Desde cedo quis ser catequista e quando terminei o percurso catequético, fui catequista. Hoje ainda sou, para além de participar noutros grupos paroquiais.

Sempre tive vontade de partir em missão, muitas vezes o medo ou a insegurança, fizeram me recuar. Não sou pessoa de ter coragem, de dar o primeiro passo. Mas, sempre que via reportagens ou artigos sobre pessoas que partiam em missão, o meu coração “contorcia-se”. Eu sabia que tinha que ir. Em 2017 surgiu a oportunidade de embarcar numa missão para o Uganda e depois em 2018 para Moçambique.

Nestas experiências percebi e aprendi, que sou mais feliz quando faço os outros felizes. Que com pouco posso fazer muito. Não existem barreiras que nos dividam com ninguém.

Ali aprendi quem é o meu próximo! Se o podia ter descoberto aqui na minha paróquia? Claro que sim. Mas estas missões servem para sairmos de nós mesmos e sentirmos a necessidade de ir ao encontro do outro. Num contexto social diferente os nossos olhos “transformam-se” e aprendemos a ver doutra forma.

Posso dizer que fui muito feliz!

Subscrever Newsletter

Receba os artigos no seu e-mail