Superação ou negação?

Crónicas 19 abril 2021  •  Tempo de Leitura: 3

Após a morte de Jesus, os discípulos sentiram-se assustados e acharam que tudo tinha terminado. Cada um achou que, devia voltar às suas vidas antigas, pois o Mestre tinha morrido e eles ficaram desamparados. A força que o Mestre lhes transmitia, desvaneceu e eles deixaram de ter coragem, para continuar o caminho que o Mestre lhes tinha aberto. O medo apoderou-se deles e entraram em modo de negação. Vemos isso acontecer com Pedro, no momento em que Jesus é preso e julgado.

 

No episódio dos discípulos de Emaús, eles não o reconhecem, a não ser no partir do pão. Estariam eles em superação ou negação?

 

De que forma lidamos com os nossos problemas? Superamos ou, simplesmente, negamos? Superação é sinal de força, é sinal de luta, é sinal de vitória. Mas a negação é um baixar os braços, é desistir e não perceber que podemos ser mais e melhor.

 

Superar é ser forte, é seguir em frente, sabendo que o “problema” já não nos afeta mais. Que a partir daquele momento, aquilo que era problema, tornou-se lição.

 

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Jesus precisou estar, novamente, com os discípulos, para eles verem e acreditarem que Ele superou a morte. E se Ele que é Mestre e Senhor, ressuscitou dos mortos, como poderiam eles ter medo de O anunciar? A morte de Jesus tornou-se um problema para os discípulos, mas a Sua ressurreição, veio trazer uma nova força, uma nova vida àqueles homens amedrontados.

 

Muitas vezes, precisamos ter coragem para superar aquilo que nos amedronta, aquilo que nos paralisa. Superar não é esquecer, é não insistir naquilo que nos faz mal e é ultrapassar os problemas e partir para outra. Tendo sempre presente, que aquilo que nos afetou, negativamente, já não afeta mais e serve como exemplo para futuras provações.

 

Em África aprendi que aquilo que consideramos problema, eles aceitam como superação. No Uganda junto com as crianças deficientes tive perceção disso mesmo. Todos os dias era uma vitória, uma conquista, uma superação. Os problemas existiam, mas a sua força e vontade de vencer superavam qualquer dificuldade. Nada os impedia de sorrir e mostrar que, apesar de tudo, podiam ser felizes! Pareciam ter tão pouco, mas tinham tanto. Não havia sentimento negativo!

 

Sejamos fortes e corajosos, para superarmos qualquer dificuldade! Tendo presente o exemplo de vida de Jesus!

Nasci em 1982, a 4ª filha de 6 irmãos. Natural de Sobrado, Valongo. Sou escriturária de profissão.

Somos uma família católica e, os meus pais, sempre nos guiaram no caminho de seguir Jesus, frequentando a catequese e a Eucaristia.

Desde cedo quis ser catequista e quando terminei o percurso catequético, fui catequista. Hoje ainda sou, para além de participar noutros grupos paroquiais.

Sempre tive vontade de partir em missão, muitas vezes o medo ou a insegurança, fizeram me recuar. Não sou pessoa de ter coragem, de dar o primeiro passo. Mas, sempre que via reportagens ou artigos sobre pessoas que partiam em missão, o meu coração “contorcia-se”. Eu sabia que tinha que ir. Em 2017 surgiu a oportunidade de embarcar numa missão para o Uganda e depois em 2018 para Moçambique.

Nestas experiências percebi e aprendi, que sou mais feliz quando faço os outros felizes. Que com pouco posso fazer muito. Não existem barreiras que nos dividam com ninguém.

Ali aprendi quem é o meu próximo! Se o podia ter descoberto aqui na minha paróquia? Claro que sim. Mas estas missões servem para sairmos de nós mesmos e sentirmos a necessidade de ir ao encontro do outro. Num contexto social diferente os nossos olhos “transformam-se” e aprendemos a ver doutra forma.

Posso dizer que fui muito feliz!

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