Ai de mim….

Crónicas 8 fevereiro 2021  •  Tempo de Leitura: 3

São Paulo vê na evangelização uma obrigação. Podemos nos perguntar, “mas anunciar o Evangelho não é uma ação livre, mas uma obrigação?”. Quando ele diz “Ai de mim, se não evangelizar”, não devemos pensar que se, não o fizer, será punido, mas que, o Amor que ele sente por Jesus e pela sua missão, não o pode deixar indiferente. Todo aquele que encontra Jesus e acolhe a Sua missão, sente-se na “obrigação” de o anunciar. Pois não querem ficar com aquele “tesouro” só para eles, também os outros devem conhecer e amar Jesus.

 

Também nós, batizados temos uma missão, levar Jesus aos outros. Cheios do seu Espírito, somos impelidos a partir. Não importa onde iremos, mas qual o intuito que nos leva a ir. Não devemos ter medo de arriscar e partir.

 

Durante a minha caminhada catequética, sempre disse que queria ser catequista. Nunca, na minha inocência infantojuvenil, pensei que a missão de catequista fosse tão nobre e importante. Todo o trabalho que acarreta, é compensado pelo sorriso e alegria daqueles, a quem levamos a mensagem. Ser catequista não é apenas transmitir conhecimentos, é ser a voz de Jesus nos dias de hoje. Somos uma peça fundamental, na formação daqueles que nos são colocados no caminho. E quando nos envolvemos nesta alegria da evangelização, temos vontade de “voar” mais alto. Queremos mais e mais. Foi nesta dinâmica que tive a certeza que tinha que ir. Fazer missão noutros lugares, noutras realidades, só assim iria sentir a missão realizada.

 

Fazer catequese, não é só nas salas (ou por videochamada, como nos dias de hoje), é principalmente ir ao encontro, ir às periferias. É mostrar que Jesus é tudo para nós e isso basta.

 

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Nas minhas viagens pelas comunidades de Massangulo (Moçambique), vi várias formas de evangelização. Entendi que não é preciso, seguir à risca aquilo que está escrito no guia, o importante é a mensagem chegar. Às vezes basta um sorriso ou um abraço, para o outro entender que o outro é irmão e que traz o amor de Jesus. Muitas vezes levávamos “almoço” para 6 pessoas, mas no final eramos 12 e ninguém ficava sem comer. Na pobreza e simplicidade daquele povo, aprendi o verdadeiro significado de partilha. Todos os valores que Jesus transmitiu, estavam lá. Partilha, amor, amizade, alegria…

 

Por essa razão não devemos guardar para nós a alegria do Evangelho. Devemos sair, ir ao encontro e levar aos outros Jesus, o verdadeiro Messias.

 

Ai de mim se não evangelizar!

tags: Ana marujo

Nasci em 1982, a 4ª filha de 6 irmãos. Natural de Sobrado, Valongo. Sou escriturária de profissão.

Somos uma família católica e, os meus pais, sempre nos guiaram no caminho de seguir Jesus, frequentando a catequese e a Eucaristia.

Desde cedo quis ser catequista e quando terminei o percurso catequético, fui catequista. Hoje ainda sou, para além de participar noutros grupos paroquiais.

Sempre tive vontade de partir em missão, muitas vezes o medo ou a insegurança, fizeram me recuar. Não sou pessoa de ter coragem, de dar o primeiro passo. Mas, sempre que via reportagens ou artigos sobre pessoas que partiam em missão, o meu coração “contorcia-se”. Eu sabia que tinha que ir. Em 2017 surgiu a oportunidade de embarcar numa missão para o Uganda e depois em 2018 para Moçambique.

Nestas experiências percebi e aprendi, que sou mais feliz quando faço os outros felizes. Que com pouco posso fazer muito. Não existem barreiras que nos dividam com ninguém.

Ali aprendi quem é o meu próximo! Se o podia ter descoberto aqui na minha paróquia? Claro que sim. Mas estas missões servem para sairmos de nós mesmos e sentirmos a necessidade de ir ao encontro do outro. Num contexto social diferente os nossos olhos “transformam-se” e aprendemos a ver doutra forma.

Posso dizer que fui muito feliz!

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