«Faça-se em mim, segundo a tua palavra»

Crónicas 21 dezembro 2020  •  Tempo de Leitura: 2

Maria, recebeu e aceitou o convite de Deus para ser a mãe de Jesus. Era uma jovem, provavelmente com muitos sonhos e desejos futuros, nunca na cabeça lhe passou que um dia, iria ser a escolhida para trazer ao mundo, o Salvador. No momento em que ela disse “sim”, assumiu o maior e melhor compromisso da sua vida.

 

Sempre que dizemos sim a algo, devemos ter plena consciência, do que aquele “sim” significará na nossa vida. Nunca um “sim” pode ser apenas um “sim”. Existem “sins” que são mais fáceis de os dizer do que outros.

 

Por vezes temos de ter a coragem de dizer sim, mesmo que isso implique uma mudança radical na nossa vida. Muitas vezes, perdemos oportunidades pelo medo do compromisso, pelo receio de ser tempo perdido, ou até pelo medo da incerteza.

 

Maria disse “sim”, com muitas questões por responder, mas confiou. As palavras do anjo “não temas”, foram suficientes para ela se sentir segura e dizer “sim”.

 

O “sim” mais seguro que eu um dia disse, foi quando aceitei ir em missão. Sem pensar no que viria, depois daquele sim, eu só queria arriscar e partir! Senti, muitas vezes, que Deus me batia à porta e me dizia “vai, não temas” e eu fui, sem medo. Muitas vezes, em missão, me cruzei com Deus, escutei-o e senti-o. Vi-o principalmente, no sorriso de quem, não parecia ter nada para dar, mas que me deram tanto.

 

Na primeira missão, no Uganda, trabalhamos num orfanato com crianças deficientes. Apesar de todas as suas limitações, tinham um sorriso do tamanho do mundo. Lembro-me da Joyce, uma menina linda, com um sorriso encantador que todos os dias ia à escola para aprender mais, lembro-me da Susan, que sonhava andar de avião. Depois tinha o Samanda, o menino de sorriso rasgado, com tanto amor para dar, era impossível ficar indiferente ao seu abraço. A Teresa, a nossa menina grande, era a nossa “amiga” de todos os dias. E todos os outros com quem nos cruzávamos e nos apaixonamos. Era nesses momentos que eu sentia que o meu “sim” fez todo o sentido.

 

Não tenhamos medo de arriscar, sejamos corajosos e alegres nos nossos compromissos!

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Nasci em 1982, a 4ª filha de 6 irmãos. Natural de Sobrado, Valongo. Sou escriturária de profissão.

Somos uma família católica e, os meus pais, sempre nos guiaram no caminho de seguir Jesus, frequentando a catequese e a Eucaristia.

Desde cedo quis ser catequista e quando terminei o percurso catequético, fui catequista. Hoje ainda sou, para além de participar noutros grupos paroquiais.

Sempre tive vontade de partir em missão, muitas vezes o medo ou a insegurança, fizeram me recuar. Não sou pessoa de ter coragem, de dar o primeiro passo. Mas, sempre que via reportagens ou artigos sobre pessoas que partiam em missão, o meu coração “contorcia-se”. Eu sabia que tinha que ir. Em 2017 surgiu a oportunidade de embarcar numa missão para o Uganda e depois em 2018 para Moçambique.

Nestas experiências percebi e aprendi, que sou mais feliz quando faço os outros felizes. Que com pouco posso fazer muito. Não existem barreiras que nos dividam com ninguém.

Ali aprendi quem é o meu próximo! Se o podia ter descoberto aqui na minha paróquia? Claro que sim. Mas estas missões servem para sairmos de nós mesmos e sentirmos a necessidade de ir ao encontro do outro. Num contexto social diferente os nossos olhos “transformam-se” e aprendemos a ver doutra forma.

Posso dizer que fui muito feliz!

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