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a sua tag: "Marta Arrais"
É demasiado fácil encontrar defeitos nas pessoas que conhecemos. Dizemos que gostamos muito de determinada pessoa mas falta-lhe isto. Ou aquilo. O pior é que é muito teimosa. Ou ainda, acha que tem sempre razão. Ou até, é pouco humilde, muito individualista. Se pensarmos bem, a lista não
Somos feitos de recomeços. Claro que também há muitas coisas que terminam em nós e connosco e, inevitavelmente, também temos um currículo de fins a fazer fila dentro do coração. No entanto, os recomeços parecem inaugurar uma espécie de esperança que não se apaga, nem mesmo com o cair das noites.
Parece, de facto, uma recomendação estapafúrdia. Despropositada. Mas talvez não seja. Temos o hábito terrível de não deixar nada para depois. Se pode ser feito, tem que ser hoje. Agora. Ou, melhor ainda, ontem.
As placas que vão indicando a localidade de Castanheira de Pera não deixam prever o cenário que estamos prestes a encontrar. À medida que nos aproximamos, tudo muda. As árvores que um dia deram vida às imediações da serra não existem.
Não podia deixar de escrever sobre esta maravilhosa notícia. Foram salvas todas as crianças que estavam presas dentro de uma gruta na Tailândia. Foi salvo, também, o professor que as acompanhava e que, erradamente, as encaminhou para uma escuridão que duraria dezassete longos dias.
Somos teimosos. Ficamos presos ao que não soubemos (ou quisemos) ultrapassar. Custa-nos avançar. Não nos passa na garganta. Não nos passa, de todo. Fazemos coleção do que nos acontece e vamos sobrepondo as pessoas, os lugares, as experiências, os dias e os instantes.
No silêncio do nosso coração, podem ser muitas as vezes em que nos ouvimos murmurar frases como estas: Quem me dera poder fazer tudo. Quem dera conseguir fazer tudo sem ter que escolher. Gostávamos de conseguir fazer mais.
Falta-nos imenso. Falta-nos o mundo inteiro. Falta-nos sempre tanto mesmo quando não nos falta nada. Somos reféns de uma inquietação por justificar. Queremos que nos aconteçam episódios emocionantes mas, quando acontecem, não sabemos beber (com entusiasmo) a alegria e a emoção de cada coisa.
Não são poucas as vezes que ouvimos falar de simplicidade com algum desdém. Com algum desprimor. Com algum desamor, até.
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