Abrigo
Alguém que é abrigo.
Que não precisa de fazer grande ruído ou de muitas palavras.
Alguém que está, de verdade. E isso chega.
Que está nos dias bons e nos outros também. Quando o mundo é pesado, quando a alma se encolhe ou quando o coração aperta.
Alguém que é abraço.
Que se faz lugar seguro. Refúgio onde podes serenar, respirar, ser.
Que ampara todas as tuas dores, todos os teus anseios, todos os teus silêncios.
Que encosta a sua alma à tua só para te recordar que, mesmo nas noites mais escuras, ainda há estrelas a brilhar.
Com a ternura de quem sabe que ainda há abraços que salvam.
Alguém que é presença, companhia.
Que não se impõe, mas que se faz sempre sentir.
Como uma manta nos dias frios e uma chávena quentinha entre as mãos trémulas.
Que não promete resolver-te a vida, mas que permanece ao teu lado enquanto a vida acontece.
Como quem não deixa apagar a chama da esperança que te diz que vai correr tudo bem.
Alguém que te aparece nas pequenas coisas: numa mensagem que chega no momento certo, num abraço para ti, numa mão que te conforta, num olhar que te compreende sem perguntar, num sorriso do coração.
Que fica, mesmo quando o mundo tem pressa. Que espera, mesmo quando o tempo demora. Que acredita, mesmo quando tu duvidas.
Alguém que é mais do que sorte.
Que te segreda ao coração, com a delicadeza dos gestos que dispensam as palavras, a declaração de amor mais bonita: que, aconteça o que acontecer, vai estar sempre perto de ti.
A alguém assim: que saibas sempre agradecer.
Alguém assim: que nunca te falte. E que saibas sempre sê-lo para alguém, também.