A leveza do olhar

Crónicas 18 junho 2020  •  Tempo de Leitura: 1

Os olhos são o espelho da alma.
Esta é uma das mensagens sábias dos nossos antepassados, assente em evidências.

Talvez nós já nos tenhamos apropriado desta sabedoria...ou não.


Num mundo que tende a privilegiar os meios de comunicação em modelos de telemensagens,  teletrabalho, teleconsultas, teleassistência, telescola, teleconferência...podemos estar a perder ou mesmo a demitir-nos da riqueza que é a presença humana.
Ainda que dos "tele" possamos tirar (alguns) benefícios e aprendizagens, estes não deveriam comprometer a riqueza de olhar cada pessoa nos olhos e, sobre o seu brilho, conhecê-la melhor.

 

Olhar os olhos de alguém é tocar um terreno sagrado, que nenhuma outra forma de comunicar substitui.

Olhar os olhos de alguém é a possibilidade de entrar na eternidade, desnudados de teias de aranhas que não nos permitem ver com autenticidade.

As palavras escritas, são isto mesmo, escritas.

Sobre elas impera uma tonalidade de voz com que gostaríamos de as pronunciar, os segredos das emoções que sentimos ao escrevê-las. Sobre a sua interpretação há variáveis externas e internas de quem as recebe que podem ajudar (ou não) a compreender a mensagem escrita.

Por detrás de ecrãs há vidas com história e memória, cultura e geografia...


Que em nome do desenvolvimento tecnológico não comprometamos o (des)envolvimento humano e a leveza de poder olhar outra pessoa olhos nos olhos.

Cristina Duarte

Cronista

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