Todos os caminhos nos pedem um início

Crónicas 10 junho 2021  •  Tempo de Leitura: 2

O tempo apela à normalidade a uma nova normalidade? Talvez o vocábulo comece a ficar em desuso prático, por ausência de memória. Esta, quantas vezes é curta demais para as lições que a História da Humanidade nos pode trazer. As crises, deveriam ser tempos fecundos de maturação pessoal e colectiva.

 

Somos levados pelas massas e quando damos conta estamos nós também envoltos em laços, enfeites, papéis de mil cores, luzes cintilantes, e roupa nova para estrear.

 

Os símbolos fazem parte da vida mas tudo aquilo que excede a própria vida e retira a paz desta vida é tudo menos normalidade. Vivemos de rotinas e rituais, mas este tempo em que nos parece que o mundo e o próprio tempo parou, está ainda prenhe de perguntas à Humanidade. A cada um de nós.

 

Breves ou longos, todos os caminhos nos pedem um início e cabe-nos a nós saborear as veredas que percorremos, sem apressar o fim. E é a possibilidade do que podemos contemplar pelo caminho fora que nos dá a oportunidade de aprendermos com as pequenas ou as grandes coisas. Até com as crises e as lições que estas nos trazem.

 

A simplicidade sempre foi grande e encantadora e um tempo de crise é um tempo que nos pede desnudar do excesso, qualquer que ele seja. Nada há mais elegante que a ornamentação da simplicidade. E é esta que nos aponta para o essencial, para uma vida sem cosmética nem artefactos, sem adereços. Autêntica!

 

Precisamos urgentemente de beber desta fonte pois é esta que permite a proximidade, a confiança, o diálogo aberto e franco, a transparência. 

 

Tudo o que nos afasta da simplicidade afasta-nos da própria Vida. Esta é despida de marcas e números, mas prenhe de autenticidade. Não acontece por magia, mas é fruto de uma decisão diária e de uma resposta ao que realmente queremos ser com a vida que nos foi entregue.

Cristina Duarte

Cronista

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