O 𝒏𝒐𝒔𝒔𝒐 Pentecostes!

Crónicas 2 junho 2020  •  Tempo de Leitura: 3

Com a celebração do Pentecostes terminou o Tempo Pascal e, também este ano, o nosso jejum eucarístico forçado pela pandemia. 

 

Pessoalmente, sinto a falta do gesto da paz. Se bem que, na maioria das vezes seja feito sem a atenção necessária e devida, é fundamental para traduzir em atos o que se comunga em palavras. Para reforçar essa importância recordo o evangelho deste domingo:

 

«Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontrava, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-se no meio deles e disse-lhes: "A paz esteja convosco".» Jo 20, 19

 

A Paz é um dos "sentires" da Caridade. Quando trocamos o gesto da paz sentido dizemos ao outros que lhe queremos bem; que lhe perdoamos; que estamos arrependidos; que amamos.

 

Quando medito sobre o Pentecostes dou-me conta que também eu gostava de, miraculosamente, falar várias línguas e que todos me entendessem e eu os compreendesse. Quantas vezes esperamos um Deus mágico? Que tudo melhorasse como no ato de magia! Que outras línguas de fogo pairassem sobre os nossos seres…

 

Um dos frutos desta pandemia e deste "confinamento" poderia ser a perceção dos pequenos atos de amor. Recordo o Papa Bento XVI e o seu discurso aos membros da associação caritativa "Pro Petri Sede", que opera na Bélgica, no Luxemburgo e na Holanda, a 13 de Fevereiro de 2013:

 

«Para viver este testemunho da caridade, o encontro do Senhor que transforma o coração e o olhar do homem é então indispensável. Na verdade, é o testemunho do amor de Deus por todos os nossos irmãos que dá o verdadeiro sentido da caridade cristã. Ela não pode reduzir-se a um simples humanismo ou a uma empresa de promoção humana.

 

Não se trata só de ajuda material, também ela é necessária, mas caridade é participação no amor de Cristo recebido e partilhado. Toda obra de caridade autêntica é então uma manifestação concreta do amor de Deus pelos homens e assim se converte em anúncio do Evangelho.»

 

Portanto, as nossas línguas podem ser: um sorriso atento e sincero; uma saudação alegre ainda que nos vejamos diariamente; o saber escutar o outro, mesmo na repetição das suas histórias ou lamentos; não ter medo de dizer o quanto amamos aos nossos amores; encorajar os desanimados; nas pequenas coisas ajudar quem precisa; festejar os sucessos dos outros; e tantas outras pequenas coisas que mais não são que a manifestação do Espírito em nós.

Licenciado em Teologia. Professor de EMRC. Adora fazer Voluntariado.

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