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Há uma pergunta que muitas vezes me é dirigida, e que também eu coloco com frequência a mim próprio: nós, cristãos de hoje, no início do terceiro milénio, como nos descrevemos? Como queremos viver enquanto cristãos nesta sociedade da Europa ocidental multirreligiosa e multicultural?
Comoveu-me um pouco o testemunho de uma senhora idosa que me contava a tristeza dos seus domingos: «Estou junto ao telefone com a subtil esperança que toque, porque, se assim fosse, quereria dizer que ainda há alguém que se lembra de mim».
Disse depois uma parábola sobre a necessidade de orar sempre, sem jamais cessar (cf. Lucas 18.1-8). Estas palavras, sempre e jamais, infinitas e definitivas, parecem uma missão impossível. E no entanto há quem consiga: «No fim da sua vida, o frade Francisco já não orava, tornara-se oração» (Tomás de
«Há muitas formas de deserto. Há o deserto da pobreza, o deserto da fome e da sede, há o deserto do abandono, da solidão, do amor destruído. Há o deserto da obscuridade de Deus, do esvaziamento das almas que deixaram de ter consciência da dignidade e do caminho do ser humano. Os desertos exteriores
«A esperança é uma determinação heroica da alma. A mais alta forma da esperança é o desespero vencido. A esperança é o risco a correr. É, aliás, o risco dos riscos.»
Com uma certa liberdade filológica, Giacomo Leopardi, no seu "Zibaldone"(1817-1832) associava o verbo «meditar» ao termo latino "medeor", «medicar»: seria, portanto, uma espécie de medicina da alma. É certo que a meditação orante constitui uma necessidade da fé; tanto é assim que a oração constitui
«Há um silêncio de paz, quando o deserto dispensa, ao anoitecer, a sua frescura, dando-nos a impressão de que já chegámos ao porto tranquilo, e as velas amainaram. Há o silêncio do meio-dia, quando sob o sol escaldante cessam pensamentos e movimentos. E há o silêncio profundo, quando, de noite, até
«É fácil ser jovem e agir bem, e manter-se distante de toda a mesquinhez. Mas sorrir, quando já desacelera o bater do coração, isso tem de ser uma aprendizagem.»
«As calamidades são de duas espécies: a desgraça que nos cabe, e a fortuna que cabe aos outros.»