“Não deixeis que nada se perca da JMJ”, pediu o Papa aos portugueses

Jornada Mundial da Juventude 1 dezembro 2023  •  Tempo de Leitura: 4

O Papa não se cansa de agradecer pela Jornada Mundial da Juventude que decorreu em Lisboa no passado mês de agosto, e esta quinta-feira, 30, em que recebeu em audiência uma delegação de portugueses que estiveram envolvidos na sua organização, “obrigado” foi a palavra que mais repetiu. “Obrigado. Obrigado pelo que fizeram. Obrigado por toda esta estrutura que vocês ofereceram para que a Jornada da Juventude fosse o que foi”, afirmou. Mas também fez um apelo a todos: “não deixeis que nada se perca daquela JMJ que nasceu, cresceu, floriu e frutificou nas vossas mãos”.

 

Apesar de visivelmente debilitado devido à inflamação pulmonar que o afeta desde sábado, Francisco fez questão de falar às cerca de quatro centenas de portugueses que se encontravam na Aula Paulo VI e, de improviso, disse que trazia do encontro de Lisboa “uma emoção muito grande” e inúmeras recordações, como o rosário que por esses dias lhe foi oferecido por uma senhora de 106 anos, nascida no dia em que a Igreja assinala as Aparições de Fátima, a 13 de maio de 1917, ou o encontro que teve com Edna Rodrigues, jovem de 19 anos com uma doença terminal que “tinha oferecido a vida pelas jornadas, pensando que ia morrer antes” de aquelas se realizarem.

 

Francisco reiterou o agradecimento à “tanta gente simples que ofereceu o seu trabalho, o seu sonho” para que a Jornada se concretizasse, e em particular ao cardeal Américo Aguiar, que ali se encontrava presente, juntamente com voluntários, parceiros empresariais, responsáveis da Igreja e das entidades públicas envolvidas na organização da JMJ 2023. “É um cardeal especial, um cardeal um pouco enfant terrible, mas muito bom”, disse bem humorado. “Também recordo os pastéis, que são muito bons”, acrescentou, arrancando uma gargalhada geral aos participantes na audiência.

 

Só depois desta introdução, e lamentando não poder “falar muito”, pediu ao padre Ferreira da Costa, português que trabalha na Secretaria de Estado do Vaticano, que lesse o discurso por si preparado para a ocasião, em que começava por dizer a todos os envolvidos na organização da JMJ ali presentes: “Foi-vos confiada a realização daquele encontro mundial, e vós, fortes com o auxílio de muitos e uma graça extraordinária de Deus, não nos desiludistes. Bem hajam!”.

 

O discurso destacava o facto de a Jornada de Lisboa ter sido “um luminoso exemplo de como é possível partilhar uma missão, sem deixar ninguém de fora”, conseguindo “trazer para o centro quem até agora tinha vivido marginalizado”. E assinalava, com regozijo, que “muitos já fazem eco” do “todos, todos, todos” proferido no seu discurso da cerimónia de acolhimento.

 

“Continuai a sonhar juntos, continuai a envolver em ondas sucessivas novos companheiros sonhadores duma sociedade feita por todos e no respeito de cada um”, pediu Francisco.

 

E terminou com outro pedido ainda: “Deus vos pague o bem que fizestes aos jovens e a mim, à cidade de Lisboa e a quantos, de todo o mundo, para lá dirigiram os seus passos e o seu coração. Por favor, continuai a apontar e a impelir-nos para as dimensões universais do coração de Deus!”.

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