O valor religioso do tapete iraquiano

Razões para Acreditar 9 março 2021  •  Tempo de Leitura: 2

Desde o início da visita, o Papa Francisco apresentou-se como "peregrino" que tinha como principal objetivo animar os cristãos no seu "testemunho de fé, esperança e caridade" no seio da sociedade iraquiana. A preocupação do Papa, contudo, não se reduziu a falar para os cristãos. Procurou falar, também, com e para todos os homens de boa vontade que acreditam que o ódio, a violência, a guerra e o terrorismo não têm a última palavra.

 

Há milénios que neste território convivem tradições religiosas e culturais. Durante longos períodos isso fez-se de forma pacífica. "A diversidade religiosa, cultural e étnica que há milénios caracteriza a sociedade iraquiana, é um recurso precioso a que se pode lançar mão, não um obstáculo a ser eliminado", referiu o Papa no primeiro discurso perante as autoridades iraquianas.

 

Ao longo de toda a visita, o Papa preocupou-se em sublinhar essa riqueza multicultural iraquiana, que comparou a um tapete. No domingo, na cidade mártir de Qaraqosh, onde foram martirizados e expulsos milhares de cristãos de uma das comunidades mais antigas do Mundo, o Papa voltou a essa imagem e sublinhou que "um tecido cultural e religioso assim rico de diversidade é enfraquecido pela perda de qualquer um dos seus membros, por menor que seja, como num dos vossos artísticos tapetes um pequeno fio rebentado pode danificar o conjunto".

 

O Papa Francisco apresentou-se no Iraque como peregrino e como alguém que acredita que "a fraternidade é mais forte que o fratricídio, que a esperança é mais forte que a morte, que a paz é mais forte que a guerra".

 

As religiões devem contribuir para a diversidade e a nenhuma é lícito impor a sua fé e promover a destruição das outras. No dia anterior, na planície de Ur, terra de Abraão, Francisco afirmou que "hostilidade, extremismo e violência não nascem dum ânimo religioso: são traições à religião!".

 

O Papa Francisco apresentou-se no Iraque como peregrino e como alguém que acredita que "a fraternidade é mais forte que o fratricídio, que a esperança é mais forte que a morte, que a paz é mais forte que a guerra".

 

Oxalá que outros líderes religiosos se unam a ele para promover a paz em nome de Deus. E que enterrem a dita "Guerra Santa".

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