Lançamento do Livro «Histórias daquele tempo»

Livros 30 março 2022  •  Tempo de Leitura: 8

Era uma vez um homem chamado Jesus… E o mundo nunca mais foi o mesmo!

 

E se pudéssemos reler as histórias que nos falam de Jesus pelos olhos de outros personagens? Noutros cenários? De outras perspetivas? E assim nasceu este livro!

 

A partir do seu estudo e reflexão sobre os Evangelhos, o autor reconta com as suas palavras vinte e oito episódios da Sagrada Escritura. Mantendo a fidelidade ao espírito dos textos sagrados, Paulo Costa, que é professor de EMRC no Colégio de Lamas, desafia o leitor a olhar de uma forma original para Jesus Cristo. A reler episódios que já terá ouvido muitas vezes, com palavras deste tempo. Algumas das narrativas propõem novos cenários e personagens, outras mantêm-se próximas da versão original. 

 

PREFÁCIO 

«Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher e sujeito à Lei, para resgatar os que estavam sujeitos à Lei e nos tornar seus filhos adotivos» (Gl 4, 4-5). Esta é a «Boa-Nova de Jesus Cristo, Filho de Deus»: Deus visitou o seu povo e cumpriu as promessas feitas a Abraão e à sua descendência fê-lo para além de toda a expectativa: enviou o seu «Filho muito-amado».

(Catecismo da Igreja Católica, nº422)

  

Era uma vez um homem chamado Jesus. O seu estilo de vida não deixava ninguém indiferente e se muitos eram os que se apaixonavam pela forma como vivia e falava das coisas humanas e divinas, muitos outros sentiam-se incomodados e criticavam-no.

 

A verdade é que não havia quem nunca tivesse ouvido falar dele ou não tivesse vontade de o ver e falar consigo. Pessoas de todas as regiões juntavam-se para o escutar pois a suas palavras tocavam o coração e tinham o dom de as fazer pensar e, sobretudo, de provocar mudanças nas suas vidas.

 

Ousava ser tudo aquilo que a sua consciência lhe dizia e o coração lhe segredava. Por isso, era amado e odiado. Detestava o egoísmo e a hipocrisia e isso causava-lhe sérios constrangimentos pois o que pensava e dizia questionava e inquietava as ideias feitas das pessoas, as tradições, os hábitos sociais e os costumes religiosos e políticos do seu tempo.

 

Tinha o sonho de mudar o mundo. Aborrecido e desgostoso com a futilidade das pessoas, descontente e inconformado com aqueles que detinham o poder e irritado e insatisfeito com quantos se diziam muito religiosos, decidiu sair de casa e ir tentar fazer alguma coisa, pois não podia de maneira alguma ficar passivamente de braços cruzados.

 

Na verdade, a figura de Jesus Cristo é verdadeiramente extraordinária e, passados mais de dois mil anos do seu nascimento, continua a falar ao coração e à consciência do ser humano. A sua historicidade é inquestionável. Não se trata de uma lenda, um mito ou de alguém inventado para personalizar as convicções religiosas de uns quantos.

 

Verdadeiro homem do seu tempo, Jesus era, simultaneamente, verdadeiro Deus. Maria de Nazaré aceitou o convite de Deus para que acontecesse na história e no tempo a encarnação do Filho Unigénito de Deus que quis oferecer à humanidade um projeto de salvação e não se cansou de proclamar a Boa Nova e falar do Reino dos Céus e do mandamento do Amor.

 

O mundo não foi mais o mesmo depois da sua vida e morte, das suas palavras e obras e das suas parábolas e milagres. O mundo, efetivamente, ficou dividido, do ponto de visto cronológico, histórico, cultural, ético e religioso em duas partes: antes e depois de Cristo. A maneira de ser, sentir e pensar daquele que afirmava ser o Caminho, a Verdade e a Vida, morreu numa cruz e ressuscitou ao terceiro dia mexeu com as estruturas e com as gentes.

 

Mais do que um profeta, filósofo, moralista, religioso, psicólogo ou curandeiro, Jesus era uma pessoa ímpar que gerava reações e atitudes radicalmente opostas e os valores que estavam subjacentes ao seu Evangelho constituem ainda hoje a base ética fundamental de grande parte das nações.

 

Os contos que fazem parte deste livro nasceram do meu estudo e reflexão dos textos do Evangelho e são, essencialmente, uma forma de olhar para Jesus Cristo com as palavras do nosso tempo. Como os Evangelhos e os demais livros do Novo Testamento foram escritos há cerca de vinte séculos, a minha ideia foi narrar novamente alguns dos episódios mais significativos da existência de Jesus Cristo, numa simbiose das palavras daquele tempo com as palavras de hoje.

 

Trata-se de um livro em que, na fidelidade ao texto e espírito dos textos bíblicos, procurei ficcionar, imaginando e criando cenários, conversas, personagens e palavras.

 

Há diversos episódios que se repetem, pois, por mais vezes que os leiamos e meditemos, encontramos sempre elementos novos para a nossa reflexão e para a nossa vida em cada momento e circunstância da nossa história. Todos as histórias implicaram pesquisa bíblica, cultural e histórica, para que as narrativas decorressem com o mínimo de rigor e coerência, relativamente às tradições do tempo de Jesus.

 

As histórias são narradas sob perspetivas, ângulos, atores e temáticas variadas e são contadas segundo diferentes estilos, em função dos destinatários que imaginei: crianças e adolescentes ou jovens e adultos. Nalguns contos, seguem-se de perto os textos evangélicos e, noutros, a criação é quase completa. Em alguns imagino o próprio Jesus a pensar e a falar e, noutros, reconto, à minha maneira, vários acontecimentos bem conhecidos da sua vida.

 

Espero que estas histórias, que foram publicadas ao longo de vários anos no Portal iMissio (www.imissio.net) e no Blogue de EMRC do Colégio de Lamas (emrccolegiodelamas.blogspot.com), possam ser um singelo contributo para quem queira aproximar-se um pouco mais da pessoa e mensagem de Jesus Cristo. 

  

“Nós cremos e confessamos que Jesus de Nazaré, judeu nascido duma filha de Israel, em Belém, no tempo do rei Herodes o Grande e do imperador César Augusto, carpinteiro de profissão, morto crucificado em Jerusalém sob o procurador Pôncio Pilatos no reinado do imperador Tibério, é o Filho eterno de Deus feito homem; que Ele «saiu de Deus» (Jo 13, 3), «desceu do céu» (Jo 3, 13; 6, 33) e «veio na carne» (5), porque «o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade [...] Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos, graça sobre graça» (Jo 1, 14, 16).”

(Catecismo da Igreja Católica, nº423)

Paulo Costa

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