Livro da semana: «As sete últimas palavras»

Livros 27 março 2019  •  Tempo de Leitura: 6

Sinopse:

As sete últimas palavras que dão o título a esta obra, correspondem às sete frases proferidas por Jesus no alto da Cruz, e que o autor sugere como proposta de reflexão e de meditação cristã. Estas palavras de Jesus têm a capacidade de condensar a intensa experiência humana vivida por Ele no momento em que enfrentou a morte, dando a vida por nós, abrindo-nos o Caminho para uma nova Vida.

 

O livro pretende disponibilizar ao leitor um itinerário de oração quaresmal, e de uma forma mais específica, durante o Tríduo Pascal. Foi elaborado a partir de reflexões pessoais do autor, sendo que, cada meditação é ilustrada com a imagem de uma cruz. É de realçar que quase todas estas cruzes foram oferecidas a Timothy Radcliffe durante o período em que foi Mestre-Geral da Ordem Dominicana. O autor integra-as na obra fazendo a descrição de cada uma contando a história e a Vida que está por detrás de cada cruz. De facto, estas cruzes constituem um elemento imprescindível na reflexão e dão no texto a marca de contemporaneidade das cruzes carregadas pela humanidade. São o reflexo da alegria e da dor partilhadas pelo Homem, como também um convite directo e concreto a viver a Fé com o exemplo da radicalidade da vida e do amor de Jesus Cristo.

 

Disponibilizamos alguns excertos da obra:

 

Fé e Palavra

“A nossa fé não é crer apenas que a existência humana tem um significado particular, mas que tem um sentido que transcende todas as nossas palavras. Nesta confiança, podemos encontrar aliados e mestres naqueles que têm outros tipos de fé ou que não têm fé nenhuma. Estas sete últimas palavras convidam-nos a acreditar que as palavras importam realmente. E o conflito mais fundamental não é naqueles que têm a fé noutras palavras, mas naqueles para quem nada tem qualquer significado. Por isso, quem quer que ame as palavras e se interesse pelo seu significado pode ajudar-nos a ouvir a Palavra, que é a vida e a luz de todos os seres humanos.”

 

Perdão

“O perdão chega antes da crucificação, antes dos insultos e da morte. O perdão vem sempre em primeiro lugar. É possível que nós nunca tenhamos conseguido escutar a paixão de Cristo, se não começámos pelo perdão. […] O perdão vem em primeiro lugar. É esse o escândalo do Evangelho. […] O perdão significa que nós ousamos enfrentar aquilo que fizemos. Atrevemo-nos a recordar toda a nossa vida, com os seus fracassos e derrotas, com as suas crueldades e falta de amor. Atrevemo-nos a recordar todas as vezes em que fomos maus e pouco generosos, a fealdade dos nossos actos. Atrevemo-nos a recordá-lo, não para nos sentirmos horríveis, mas para abrir a nossa vida à sua transformação criadora. Ele não nos deixa na mesma, como se nenhum dos nossos actos importasse. Se penetrarmos nesse perdão, ele produzirá em nós mudança e transformação. Tudo o que é estéril e árido dará fruto. Tudo o que não tem sentido encontrá-lo-á.”

 

Amor

“Cada um de nós é atraído para Cristo por um tipo de amor diferente. E, muitas vezes, nós não reconhecemos o nosso Deus no amor de outra pessoa. Podemos desprezar a sua fé, rotulando-a de tradicional ou progressista, romântica e vaga ou intelectual e abstracta. Podemos vê-la como uma ameaça que devemos eliminar mediante a expulsão. Contudo, aos pés da cruz, encontramo-nos uns com os outros como família.”

 

Timothy Radcliffe refere nesta obra que o seu pai lhe pediu As sete últimas palavras de Haydn, como preparação para a sua última viagem quando estava a viver a sua própria paixão: 

 

 

Informação disponível sobre o autor à data da edição desta obra:

“TIMOTHY RADCLIFFE, ex-Mestre-Geral da Ordem Dominicana, professor em Oxford. Autor de várias obras de espiritualidade e de reflexão sobre os desafios da vida contemporânea. É um dos mais vivos e criativos pregadores do Evangelho da Igreja Católica de hoje.” Outros livros do mesmo autor (Ed. Paulinas): Imersos na vida de Deus – Viver o Batismo e a Confirmação (2013); Ser cristão para quê? (2011); Ir à Igreja porquê? – O drama da Eucaristia (2010).

 

Índice:

Prefácio – No princípio era a Palavra| AS PALAVRAS: 1. «Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.» Lc 23, 34 – Uma cruz de Michel Finn; 2. «Hoje estarás comigo no Paraíso.» Lc 23, 43 – A cruz da Fraternidade Laical da Prisão de Norfolk; 3. «Mulher, eis o teu filho! Filho, eis a tua mãe!» Jo 19, 26-27 – A cruz de São Clemente; 4. «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?» Mc 15, 34 – Uma cruz do Haiti; 5. «Tenho sede!» Jo 19, 28 – Uma cruz em El Salvador; 6. «Tudo está consumado.» Jo. 19, 30 – Uma cruz do Rosário; 7. «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.» Lc 23, 46 – A pietà da SIDA; Epílogo – Para além do silêncio | A NOSSA PALAVRA: Para além da violência; A conquista das Américas; O Holocausto; 11 de Setembro.

 

Público-alvo: Jovem/Adulto

 

Ficha técnica:  Título – As sete últimas palavras| Autor – Timothy Radcliffe | Editor – Paulinas Editora, 1ª ed. Fevereiro 2010, 112 págs.| ISBN: 978-989-673-065-9.



Agostinho Faria

Redator Livros

Licenciado em Comunicação Social e Cultural. Pós-graduado em Ciências da Informação e da Documentação. A viajar no surpreendente mundo novo das Paulinas Multimédia Lisboa.

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