O que é Deus?

Liturgia 23 dezembro 2017  •  Tempo de Leitura: 2

Diz-se que durante todo o seu percurso académico Tomás de Aquino apenas levantou o dedo uma vez para fazer a velha pergunta: «O que é Deus?». O jovem era, de facto, uma máquina de pensar pouco compreensível para os que o rodeavam. Mas esta pergunta estruturante da história da vida do santo angelical, retomada por um infindável número de homens, desde simples analfabetos aos mais brilhantes génios de todos os tempos, será ainda motivo de interesse para o homem contemporâneo?

 

O que é Deus? Como foi possível tornar-se humano sem deixar de ser divino, mas ser tão humano, de um modo radicalmente novo e surpreendente? Com efeito, desde a antiguidade, o homem desenvolveu narrativas diversas a propósito da existência de Deus, da sua natureza e finalidade. Os seres divinos criados pela necessidade humana têm uma marca comum: são em geral seres com poderes sobrenaturais, como as personagens da banda desenhada ou com poderes mágicos, próprios dos filmes de Hollywood. Contudo, o menino que nasce em Belém é tão humano como os outros meninos e, por ser igual aos outros, teve de fugir para o Egito para não morrer às mãos do rei Herodes. Tornou-se tão igual a nós que, para alguns homens, Ele foi apenas um homem extraordinário, mas nunca se ouviu dizer que a dimensão extraordinária de alguém durasse tanto tempo e mudasse tanto a história da humanidade. Ele mudou o homem. Ele mudou o que eu sou. E só a ação de um ser verdadeiramente humano e divino poderia ter este impacto nas nossas vidas!

 

O que é Deus? Ele é a «eterna criança» que nos acompanha sempre. Deus foi e é muito original no seu modo de proceder. Ele foi – diga-se a verdade – de uma originalidade incómoda porque ainda hoje nos faz pôr os pés na terra crua e entrar num estábulo de animais onde, numa noite escura, Ele nasceu. Como naqueles dias, Ele também põe-nos de joelhos ao mesmo tempo que nos convida a contemplar as estrelas. Ele aponta para a eternidade e ajuda-nos a discernir qual é a estrela que vale a pena seguir.

 

Em cada Natal celebramos o mistério da humanização de Deus através do sim incondicional de Maria. Que Ele fique sempre connosco.

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