«Tomei-te pela mão»

Liturgia 11 janeiro 2020  •  Tempo de Leitura: 2

«Tomei-te pela mão», diz o Senhor ao seu escolhido.

 

Em criança fomos muitas vezes levados pela mão dos nossos pais. A segurança transmitida por esse gesto marcou o nosso modo de ver o mundo. Ainda hoje, ao sermos segurados de um modo afetuoso por alguém em quem confiamos, é-nos possível sentir os batimentos de um coração apaixonado. A força que uma mão nos transmite marca-nos para sempre.

 

Pelo Batismo fomos definitivamente agarrados pela mão de Deus. A mão que apontou para o Filho no rio Jordão é a mesma que nos acompanha, em especial nos momentos mais difíceis.

 

No Batismo tornamo-nos terra de Deus, vivificados pelo Espírito Santo. Como bom Pai, Ele não nos deixa sozinhos. A sua mão sustém-nos sem nos tornar escravos. Nessa relação de proximidade, podemos ainda escutar a mesma voz que ressoou nas margens do Jordão, «Tu és o meu amado filho».

 

Assim, vivendo em conformidade com as promessas batismais, sabemos que estamos nas mãos de Deus, mesmo quando o contexto nos é desfavorável, mesmo quando os acontecimentos parecem ecoar a voz de um mundo que repete insistentemente «tu não és um filho amado», ou «tu tens que fazer isto e aquilo para mereceres o amor». Pelo Batismo, pelo contrário, é-nos garantido que esse amor divino é sem limites, estende-se até à eternidade, procura-nos quando nos distanciamos, não desiste de nós, mesmo quando desistimos de o amar.

 

Deus oferece-nos a sua mão todos os dias, ao mesmo tempo que nos desafia a segurar as mãos daqueles que estão feridos, daqueles que de algum modo estão postos à margem por esta cultura que sobrevaloriza alguns em detrimento de outros. Juntos, de mãos dadas, entre nós e com Deus, motivados pela força desta união, facilmente podemos superar as tempestades que imprevisivelmente nos batem à porta.

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