Eles escreveram ao Papa e Francisco irá lavar-lhes os pés

Notícias 18 abril 2019  •  Tempo de Leitura: 2

Nesta Quinta-Feira Santa, 18 de abril, o Papa Francisco irá lavar os pés a doze detidos do centro prisional de Velletri, cidade italiana localizada a cerca de 60 quilómetros de Roma. Como sucede desde o início do seu pontificado, em 2013, a escolha de Francisco para a celebração da Ceia do Senhor e do Lava-Pés deste ano tem um propósito. Esta celebração da liturgia católica evoca não só a despedida de Jesus antes de morrer como também repete o gesto que, segundo o relato bíblico, Jesus fez aos seus discípulos, levando-lhes os pés como sinal de disponibilidade e de serviço – a mesma atitude que o Papa quer demonstrar em relação a um dos grupos mais abandonados da sociedade.

 

Em 2016, os presos daquela cadeia escreveram ao Papa, através do bispo Marcelo Semeraro. Francisco respondeu-lhes, manifestando a vontade de ir fazer a celebração desta Quinta-Feira Santa à prisão, dizendo que sempre que pode tem gosto em “levar“ o carinho e proximidade aos que vivem “privados de liberdade”.

 

Nos seis anos de pontificado, o Papa celebrou sempre estes ritos de Quinta-Feira Santa numa prisão ou em centros de acolhimento. No ano passado, esteve na prisão de Regina Coeli, onde lembrou que “toda a pena deve ser aberta à esperança”. Depois de já ter incluído mulheres e muçulmanos entre o grupo de pessoas a quem lavou os pés, em 2018 também incluiu, entre os doze presos, ortodoxos, muçulmanos e um budista.

 

Em 2016, ano dos ataques bombistas no aeroporto e no metro de Bruxelas, o Papa esteve no centro de acolhimento de Castelnuovo di Porto, cerca de 30 quilómetros a norte do Vaticano, onde são acolhidos sobretudo jovens que fugiram das suas terras. Na ocasião aproveitou para criticar severamente os fabricantes de armas que estão por detrás de guerras e atentados e que apenas “querem sangue, não paz, querem guerra, não fraternidade”. Nesse ano, o Papa eliminou também de modo formal a cláusula litúrgica do rito da Igreja Católica que obrigava a que, no rito de Quinta-Feira Santa o lava-pés fosse apenas feito a homens.

 

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