Floco de neve...

Crónicas 26 maio 2025  •  Tempo de Leitura: 2

Para onde vai o nosso olhar?

Qual é a realidade que cada um de nós abraça? 
 
Há uns dias, fizeram-me recordar os rebuçados "flocos de neve" e de como eu, também, gostava de ficar a olhar através daquele papel "vermelho transparente". Ficava assim ainda um bom tempo. Talvez visse as mesmas coisas, mas com lentes novas. 
 
Hoje continuo a querer observar, escutar e compreender diferentes perspetivas, diferentes verdades... até porque tudo o que está fora de mim pode ser um espelho, pode ser um complemento ou, pode ser, o que eu não sou. 
 
Em cada um de nós existe uma semente pronta a ser semeada. A nossa natureza única e criadora.  
 
Mas, antes de nascer, tudo o que é semeado cria raízes. Procura sustentar-se, aprofundar a sua realidade e absorver tudo aquilo que precisa para crescer, florescer e resistir às intempéries. 
 
É através das nossas raízes que temos consciência de quem somos e de como é tão necessário antes de crescer, olhar para dentro. 
 
E onde é que entram os flocos de neve?
 
Na capacidade de ampliarmos o que somos. De olharmos para o que nos rodeia com profundidade e abertura. Com a compreensão da dimensão do tanto que nos complementa. Do outro, que também é um todo com tanto para semear, cuidar e crescer. 
 
As raízes não são fixas, elas expandem-se. Cruzam-se com outras raízes. E quando já são raízes sustentadas, rasgam a superfície e mostram, ao mesmo tempo, o símbolo da sua força e da sua fragilidade. 
 
A nossa força humana nasce tantas vezes do invisível, do íntimo e da verdade que habita a experiência de cada um. Como um floco de neve...
 
Boa semana! 

Carla Correia

Cronista

Nasceu em 1984. O gosto de pensar a vida e a fé a acompanham desde que tem consciência. Mãe de três crianças que mostram todos os dias a beleza do simples e do amor, que é Deus. Licenciada em Psicologia Clínica, procura servir a comunidade com afeto, esperança e fraternidade.

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