Para onde vai o nosso olhar?
Qual é a realidade que cada um de nós abraça?
Há uns dias, fizeram-me recordar os rebuçados "flocos de neve" e de como eu, também, gostava de ficar a olhar através daquele papel "vermelho transparente". Ficava assim ainda um bom tempo. Talvez visse as mesmas coisas, mas com lentes novas.
Hoje continuo a querer observar, escutar e compreender diferentes perspetivas, diferentes verdades... até porque tudo o que está fora de mim pode ser um espelho, pode ser um complemento ou, pode ser, o que eu não sou.
Em cada um de nós existe uma semente pronta a ser semeada. A nossa natureza única e criadora.
Mas, antes de nascer, tudo o que é semeado cria raízes. Procura sustentar-se, aprofundar a sua realidade e absorver tudo aquilo que precisa para crescer, florescer e resistir às intempéries.
É através das nossas raízes que temos consciência de quem somos e de como é tão necessário antes de crescer, olhar para dentro.
E onde é que entram os flocos de neve?
Na capacidade de ampliarmos o que somos. De olharmos para o que nos rodeia com profundidade e abertura. Com a compreensão da dimensão do tanto que nos complementa. Do outro, que também é um todo com tanto para semear, cuidar e crescer.
As raízes não são fixas, elas expandem-se. Cruzam-se com outras raízes. E quando já são raízes sustentadas, rasgam a superfície e mostram, ao mesmo tempo, o símbolo da sua força e da sua fragilidade.
A nossa força humana nasce tantas vezes do invisível, do íntimo e da verdade que habita a experiência de cada um. Como um floco de neve...
Boa semana!