Não me podes obrigar a amar-te!

Crónicas 15 agosto 2017  •  Tempo de Leitura: 3

A liberdade faz parte da essência da vida. Sem ser livre, não se vive, apenas se sobrevive.

 

Temos a capacidade de escolher entre o bem e o mal, mas não para determinar o que é bom ou mau. Tão pouco para colocar em causa a natureza ou as circunstâncias específicas de cada um.

 

Muitos são os que se entregam como prisioneiros numa guerra que querem perder com os seus desejos… Tornam-se escravos do que têm de mais rasteiro: o prazer egoísta que jamais se satisfaz. Deixam de ser senhores de si e pretendem que os outros lhes deem atenção, admiração e afeto. Caídos assim nas mãos do orgulho - seu inimigo - tornam-se cativos de uma imagem distorcida de si mesmos… sempre pior do que a realidade.

 

Por vezes, são perdoados por aqueles a quem não fazem bem. Nessa altura, muitos há que assumem isso como pretexto para viver em desenfreada libertinagem. Servindo-se dos outros, sem sequer os ver como iguais e dignos. Apenas instrumentos. Apenas degraus. Coisas de usar e deitar fora.

 

O mau uso da liberdade pode ser muito nocivo a alguns. Fazem mal a si próprios, ao mesmo tempo que se assumem como donos da liberdade do outro.

 

Ninguém me pode obrigar a ser quem não quero ser.

 

A minha liberdade é determinada pela minha vontade, de acordo com as possibilidades e com o que são os meus deveres.

 

Ser livre é obedecer. Ter um projeto e lutar por ele. Ajustando-se a cada dia. Por vezes, ser livre é resistir com paciência, à espera de um melhor momento.

 

Ser livre é muito mais do que ser independente. A liberdade consiste no usufruto completo e inteiro das faculdades internas e externas, do corpo e da alma. A independência consiste na isenção ou desapego de todos os laços, e de toda sujeição exterior que possa influir sobre este uso e pôr-lhe obstáculo.

 

O poder inebria e escraviza aqueles a quem promete este mundo e o outro. Os jogos de poder são uma garantia do absurdo que o mundo pode ser.

 

O amor é uma renúncia ao poder. Intencional. Voluntária e consciente. Livre, no sentido mais absoluto.

 

Ninguém me pode obrigar a amar, tão-pouco a amá-lo. Só eu me posso obrigar a amar!

 

O amor é a certeza da salvação e depende apenas de cada um de nós. Não de paixões passageiras, antes sim de uma vontade sublime de ser mesmo quem queremos ser.

 

Amar é ter a liberdade de servir quem se ama!

Artigos de opinião publicados no site da Agência Ecclesia e Rádio Renascença.

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