O passado e o futuro não estão ao nosso dispor

Crónicas 8 janeiro 2021  •  Tempo de Leitura: 2

A minha existência, neste momento, é o resultado de um mar infinito de decisões passadas que foram conduzindo os acontecimentos até este instante. Milhões delas. Minhas, mas a maior parte foram escolhas de pessoas que nunca conheci nem alguma vez conhecerei. As muitas gerações dos meus e nossos antepassados, familiares e estranhos, cujas decisões afetaram a linha dos acontecimentos que chegou até mim.

 

Da mesma forma, também muito do que escolho, decido e faço terá consequências em futuros muito para além daquele que posso conhecer.  Os meus filhos, porventura, acolherão também filhos seus e, estes, por sua vez, poderão escolher fazer o mesmo. A decisão de receber um filho muda o mundo. No imediato, mas ainda mais no futuro.

 

A minha vida é uma parte da história, que começou muito antes de mim e se prolongará por muito tempo depois de eu deixar de estar neste mundo. Como se cada um de nós tivesse sido chamado a ser protagonista de uma quantidade limitada de episódios de uma história imensa!

 

Não devo desperdiçar o meu tempo concentrado no passado que, por mais que me empenhe, jamais conhecerei grande parte dos seus pormenores, e, mesmo que pudesse, não poderia alterar nem um. Compreender a vida não é vivê-la.

 

E são tantos os que preferem esperar para viver mais tarde. Porquê?

 

O futuro será sempre diferente do que se espera, tal como o passado só raras vezes foi como o recordamos.

 

O hoje não é breve nem passageiro, é uma parte fundamental da eternidade.

 

A eternidade também é agora.

Artigos de opinião publicados no site da Agência Ecclesia e Rádio Renascença.

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