XXII TC «… não tens em vista as coisas de Deus, mas dos homens.» Ano A

Crónicas 29 agosto 2020  •  Tempo de Leitura: 3

Analisar a nossa vida. Verificar cada lacuna que temos. Rejubilar com os minutos de alegria que vivemos.
Chorar pelas atitudes que não tomamos. Agradecer os ensinamentos que nos transmitiram.
Pedir perdão. Aceitar a Paz. Perder a razão. Recuperar o Amor.
Simples… tão belo como o madeiro que pintamos no coração.

 

Deus quando nos domina afasta-nos de tudo o que o mundo dá valor.
Já não precisamos de ter uma vida plena em riquezas efémeras, porque Deus basta.
É no Senhor do Universo que a sombra é um refúgio.
As trevas se revelam em luz e a dor só é sentida
quando permitimos que as “coisas” do mundo tenham mais peso do que cumprir a vontade do Pai.
O apelo de uma manhã de sol passada ao pé do mar. Uma boa corrida no parque da cidade.
O convívio com os amigos. O shopping repleto de novidades. Mais uma hora na cama, só porque sim…
e Deus… fica lá longe… à espera, como sempre.
Porque este mundo, com 24 horas diárias, tem de viver ao ritmo frenético de quem consome 2880 segundos por dia.
Mas, nunca tem tempo para gastar!

 

Hoje, a liturgia do 22º domingo do Tempo Comum, do Ano A,
apresenta-nos as coisas de Deus e expulsa Satanás da nossa vida,
para recebermos tudo o que merecemos, segundo as nossas obras!
Jesus diz-nos: «Se alguém quiser seguir-Me,
renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me!»

Três passitos que todo o Batizado pode dar,
desde o dia em que se deixa seduzir pelo amor do Deus que o ampara.

 

Irmãos e Irmãs,
ser de Cristo nesta Terra é um pesado e árduo lenho, que nos alenta o caminhar.
Temos vontade de criar novos rumos, no entanto, desistimos na primeira exigência…
Gostaríamos de transformar o egoísmo em partilha, mas aceitamos tudo o que nos possa beneficiar…
Preocupamo-nos com a casa comum, e quando vamos comprar pão, não levamos o saco de pano…
Queremos alargar os horizontes dos mais pobres, sem sairmos das nossas casas…
Utopias… Palavras de quem não é capaz de renunciar a si mesmo!

 

O conhecimento fortalece a nossa relação com Deus, com os outros e com tudo o que o Pai cria para nos servir.
Este “tomar a cruz” passa pela oração diária; pela meditação da Palavra de Deus;
pelo amor ao próximo, mesmo quando este nos calca e nos maltrata…
A cruz é sinal de Vida Divina! É o Salvador a revelar-se como um fogo que não nos consome!

 

Seguir o Mestre é reproduzir numa tela um sonho que ganha vida própria!
Que cada traço que a nossa vida rabisca, seja uma vontade do Senhor Misericordioso edificada.
Dar a vida pelo Cristo transformar-se-á numa perfeita e agradável exposição de arte urbana!
O colorido das nossas cruzes revelará a Esperança a que cada um de nós foi chamado!

 

Pega! Aceita! Esta cruz é tua! Agora, verás apenas as coisas de Deus!

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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