III Q: «Dá-Me de beber.» - Ano A

Crónicas 14 março 2020  •  Tempo de Leitura: 3

“Por todos nós aqui reunidos em assembleia,
para que o Senhor nos dê a água viva e não deixe que fechemos os nossos corações…”
Todos os anos somos convidados por Deus à Quaresma.
Tempo de reflexão e introspecção pessoal. Tempo de sentir sede e ser saciado pela água viva que a Palavra nos dá.
Tempo de ter sede de vida! Escassez até de palavras! Fechamo-nos… afastamo-nos uns dos outros…
E pedimos: “Senhor mata a nossa sede de Ti!

 

Poucos são os Cristãos que “fazem” Quaresma, porque não temos necessidade de…
«Porque nos tiraste do Egipto? Para nos deixares morrer à sede, a nós, aos nossos filhos e aos nossos rebanhos?».
Deus é o único capaz de matar as nossas sedes.
«Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.»
Mas, se temos água em abundância, sentiremos sede?
«Ora, a esperança não engana,
porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.»
Aqueles que inundam de Esperança fazem Quaresma! E sabem que é tempo de DAR!
Dar uma oportunidade ao silêncio, ao Amor ao Próximo.

 

Hoje, a liturgia do 3º domingo da Quaresma, do Ano A,
submerge a nossa vida com água pura que jorra da Palavra de Deus:
«Se conhecesses o dom de Deus e quem é Aquele que te diz:
‘Dá-Me de beber’, tu é que Lhe pedirias e Ele te daria água viva».
O medo que se instalou na humanidade, guia-nos para um encontro intenso com o Pai.
Nesse momento, seremos todos Samaritanos que anseiam jamais sentir sede.

 

Sentir saudade de algo, não é mau!
É o reconhecer que em outros tempos vivemos algo maravilhoso.
Se a vida nos dá sempre tudo… se todos os anos encontramos à nossa disposição o que desejamos,
à hora que ambicionamos, na quantidade que solicitamos… não há saudade!
É preciso perder para saber como a vitória é um refresco único.

 

A humanidade atravessa, nos nossos dias, um extenso deserto de ofertas sem fim.
Temos tudo, excepto sede…
Vamos aceitar a quaresma como uma quarentena que nos restaurará a Alma.
Vamos cancelar o que está errado no nosso dia-a-dia,
como a falta de consagrar o dia de domingo ao Senhor e ao descanso do corpo e da mente.

 

Hoje, mais do que nunca precisamos parar um momento junto de Deus.
Que seja dentro das nossas casas, com aqueles que amamos mais.
Este tempo é favorável para sentir saudade da Eucaristia partilhada com todos…
Para sentir saudades de um abraço, de um beijo, de um aperto de mão…
Saberemos o que é sentir sede! Sede de Deus e do Seu Amor!

 

Se a Quaresma de Deus não te faz parar…
a quarentena da humanidade irá dar-te aquela sede,
que te fará ir ao encontro do Mestre com mais Amor!

 

Estaremos prontos para dizer com Fé:
“Senhor, Água viva, dá-me de beber!”

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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