José, homem de silêncio e trabalho que não toma nada para si, diz papa

Vaticano 19 dezembro 2017  •  Tempo de Leitura: 2

S. José, que sabe «como caminhar no escuro», «como se escuta a voz de Deus» e como se «avança em silêncio», continua a ensinar o ser humano quando atravessa problemas e as angústias, afirmou hoje o papa, no Vaticano.

 

As palavras de Francisco na missa a que presidiu foram baseadas no Evangelho proclamado nas celebrações desta segunda-feira (Mateus 1, 18-25), que narra a aparição do anjo ao pai adotivo de Jesus, depois da sua desconfiança diante da gravidez de Maria.

 

O papa evocou as prováveis emoções de José quando na mãe de Jesus começaram a ser visíveis os sinais da maternidade, após ter voltado da casa da prima Isabel, a quem ajudou no nascimento de João Batista.

 

Foram «dúvidas», «dor» e «sofrimento» que S. José experimentou, ao mesmo tempo que começaram a murmurar «as boateiras» da região, e por isso decide deixar Maria, não a acusando publicamente, até que o anjo lhe explica que o Menino gerado nela vem «do Espírito Santo».

 

José «não procurou amigos que o confortassem, nem foi a um psiquiatra para que interpretasse o sonho; não, acreditou» e «tomou a situação nas suas mãos, «encarregando-se de uma paternidade que não era sua».

 

Por isso José «levou por diante a paternidade com aquilo que significa: não só sustentar Maria e o Menino, mas também fazer crescer o Menino, ensinar-lhe a profissão, levá-lo à maturidade de homem», e isto «sem dizer uma palavra. No Evangelho não há qualquer palavra dita por José. O homem do silêncio, da obediência silenciosa».

 

O «silêncio» e o «trabalho» de José marcaram a sua vida: «Deste homem que se encarregou da paternidade e do mistério diz-se que era a sombra do Pai, a sombra de Deus Pai».

 

«E se Jesus homem aprendeu a dizer “papá”, “pai”, ao seu Pai que conhecia como Deus, aprendeu-o da vida, do testemunho de José: o homem que guarda, o homem que faz crescer, o homem que leva por diante cada paternidade e cada mistério, mas não fica com nada para si», apontou Francisco.

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